terça-feira, 11 de março de 2014

 

Informação, ação e mediação

O tráfico humano é grande, é presente, mas é pouco visível. Sempre pensamos que está longe de nós. Temos que visibilizar o problema através de informações, de campanhas de sensibilização, debates, encontros. E aí a juventude pode ter uma contribuição enorme. Abrir os olhos, ser inquieto, procurar informação, participar, ser interlocutor de outros jovens. É preciso jogar o tema nas redes sociais, acompanhar as notícias da mídia, divulgar e discutir isso, seja pessoalmente, seja em grupo. Essa é uma tarefa de todos. Esse é um primeiro passo: o problema existe, está aí, e é preciso divulgar.
A segunda via de prioridade é a capacitação de multiplicadores. Espaços onde se trabalha a realidade, os conceitos, a legislação, a orientação de como se pode perceber a realidade. Temos que criar um grande mutirão de formação da consciência, de esclarecimento da realidade, através do qual podemos coibir o crescimento do tráfico de pessoas. Sabemos que é muito difícil resgatar quem já está, mas acreditamos que precisamos investir todas as energias, pois, se não conseguimos resgatar quem já caiu, vamos pelo menos coibir o crescimento e o ingresso de novos.
A terceira fonte de atuação é a mediação, ou seja, articular com organismos nacionais, internacionais, com o poder público, com outras organizações que trabalham com o tráfico ou com situações similares, que possam nos ajudar. Com os centros de direitos humanos que possam subsidiar a questão jurídica, mais formal dos processos. E depois na incidência política, estar junto, provocando, participando.
Em 2005, começou a política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Essa política se baseou em três eixos: a prevenção, a assistência e a responsabilização dos culpados. Discutimos também a questão das políticas públicas no campo da prevenção, porque uma coisa é você alertar para o problema, outra coisa é você trabalhar isso conjugado com a superação das causas que levam as pessoas a entrar na roda. Temos que trabalhar via políticas públicas: saúde, educação, comida, enfrentamento da violência, cumprimento das leis socioeducativas. Porque, se isso acontece, as pessoas têm menos probabilidade de cair na armadilha do tráfico.

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