domingo, 24 de agosto de 2014

Um bom católico deve empenhar-se na política, diz o Papa



VATICANO, 16 Set. 13 / 11:27 am (ACI/EWTN Noticias).- Na Missa que celebrou nesta manhã na Casa Santa Marta, o Papa Francisco assinalou que um bom católico deve empenhar-se na política e que o contrário não é um bom caminho para os fiéis.

O Santo Padre recordou que “a política -diz a Doutrina Social da Igreja- é uma das formas mais elevadas da caridade, porque serve ao bem comum. Eu não posso lavar as mãos, né? Todos devemos dar algo!”

Muitas vezes existe o hábito de somente falar mal dos governantes e criticar o que não vai bem: “Assiste-se ao noticiário na televisão, lê-se o jornal, e as críticas são contínuas. Fala-se sempre mal e contra!”.

Talvez, “o governante seja sim um pecador, como Davi, mas eu devo colaborar com a minha opinião, com a minha palavra, e também com a minha correção” porque todos “devemos participar do bem comum!”. E se “muitas vezes ouvimos: que ‘um bom católico não entra na política’, isto não é verdade, esse não é um bom caminho”.

“Um bom católico não se envolve na política. Isso não é certo. Este não é um bom caminho. Um bom católico deve empenhar-se na política, oferecendo o melhor de si, para que o governante possa governar. Mas, qual é a melhor coisa que podemos oferecer aos governantes? A oração! Isso é o que diz Paulo: ‘A oração por todos os homens e pelo rei e por todos os que estão no poder’. ‘Mas, Padre, aquela é uma má pessoa, tem que ir para o inferno…’. “Reza por ele, reza por ela, para que possa governar bem, para que ame o seu povo, para que sirva ao seu povo, para que seja humilde”

“Um cristão que não reza pelos seus governantes não é um bom cristão!”. Continuou dizendo que é necessário rezar para que se convertam.

O Papa, assinala a Rádio Vaticano, refletiu sobre a Carta de São Paulo a Timóteo em que lhe pede rezar pelos governantes. Quem governa, disse, “deve amar o seu povo”, porque “um governante que não ama não pode governar: no máximo poderá disciplinar, colocar um pouco de ordem, mas não governar”. O Santo Padre recordou o exemplo de Davi, como ele amava o seu povo, tanto que depois do pecado cometido pede ao Senhor que não castigue o povo, mas ele mesmo. Assim, “as duas virtudes de um governante” são o amor pelo povo e a humildade.

“Não se pode governar o povo sem amor e sem humildade. E todo homem e mulher que assume um cargo de governo, deve fazer-se estas duas perguntas: ‘Eu amo o meu povo para servi-lo melhor? Sou humilde e dou ouvidos a todos, ouço várias opiniões para escolher o melhor caminho?’. Se estas duas perguntas não forem feitas, não será um bom governo. O governante, homem ou mulher, que ama seu povo, é um homem ou uma mulher humilde”.

São Paulo exorta os governados a elevar orações “por todos aqueles que estão no poder, para que possamos ter uma vida calma e tranquila”. Os cidadãos, observou o Papa, não podem desinteressar-se da política.

Nenhum de nós pode dizer: “Eu não tenho nada a ver com isto, são eles os que governam… Não, não, eu sou responsável pelo seu governo e devo dar o melhor de mim para que eles governem bem e participar da política dentro das minhas possibilidades”.



Portanto, concluiu o Papa, “demos o melhor de nós, ideias, sugestões, o melhor, mas sobretudo, o melhor é a oração. Oremos pelos governantes, para que nos governem bem, para que levem a nossa pátria, a nossa nação, e também o mundo adiante, para que exista a paz e o bem comum”.




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pais que cuidam e se importam


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

No debate dos candidatos nas eleições 2014 o tema da segurança pública tem aparecido com muita ênfase, discutindo-se certamente o aumento do efetivo policial, das UPPs, e de outras propostas de controle da criminalidade. No entanto, há um assunto prévio e de maior relevância: a da presença de pais que cuidam e se importam com seus filhos a ponto de priorizar esta missão sobre qualquer outra atividade ou ocupação. Pais que assumem e chamam para si a responsabilidade de liderar e defender a sua família.

Pais que além de provedores, são protetores e educadores, não terceirizando a orientação espiritual, moral e religiosa a ser dada a sua prole. Pais posicionados que vivem e são portadores dos valores, das crenças e das atitudes que tratam de passar.

Que pensam no amanhã dos filhos, isto é, quando eles possam fazer as escolhas vitais e estejam preparados como cidadãos e cristãos para tomar conta delas. Que não se restringem a dar presentes ou fazer vontades mas que são formadores de personalidades com caráter, motivadores e treinadores de filhos com foco, heróis, batalhadores que farão a diferença.

Que não são dirigidos pelo oportunismo, nem a popularidade fácil, mas ancorados em princípios e ideais que dão pleno valor a uma vida. Que levam a sério a honra, a fama do seu nome e da família, ensinando a ter vergonha na cara e a cumprir fielmente a palavra empenhada. Para eles nenhum sacrifício é pouco, nenhuma renúncia é capaz de dissuadi-los ou fazer desistir da sua melhor e maior obra: educar e cuidar dos seus filhos.

Espelham a Josué o grande líder bíblico, quando depois de uma assembléia do seu povo, disse a seus compatriotas: "escolhei hoje a quem quereis servir: se aos ídolos a quem vossos pais serviram no outro lado do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e a minha família, nós serviremos ao Senhor! (Js. 24,15 )."

Pense nisso quando neste dia dos pais recordar e lembrar na querida imagem do seu pai, o quanto devemos a eles, e supliquemos ao Pai do Céu, que sempre olhe com muito carinho e dileção para aqueles que apesar das suas fragilidades e defeitos são seus representantes dando-nos a benção e fazendo-nos sentir a sua solicitude, cuidado e presença.

Deus seja louvado!