terça-feira, 5 de março de 2019

4ª feira de Cinzas



Volte para Deus de todo coração!

Iniciar o Tempo da Quaresma com o convite de voltar a caminhar nos caminhos de Deus, considerando os três passos propostos por Jesus no Evangelho: a esmola, a oração e o jejum. Todo este percurso tem uma finalidade nítida em vista do crescimento espiritual. Uma proposta que conduz à espiritualidade e que incentiva a crescer na espiritualidade cristã.

Celebrações que antecedem a Quarta-feira de Cinzas
4 de março - (verde) = 2f da 8ª semana do Tempo Comum
(branco) - São Casimiro (memória facultativa)
5 de março - (verde) = 3f da 8ª semana do Tempo Comum

Celebrações depois da Quarta-feira de cinzas
7 de março - (roxo) = 5f depois das cinzas
Santas Perpétua e Felicidade - mártires (memória facultativa)
8 de março - (roxo) = 6f depois das cinzas
São João de Deus - Religioso (memória facultativa)
9 de março - (roxo) = sábado depois das cinzas
Santa Francisca Romana - Religiosa (memória facultativa)
 

Homilia X Medo




Já tive oportunidade de refletir neste espaço sobre a escolha evangelizadora que privilegia ameaças e medo nas pregações. Refiro-me a pregadores que, na falta de argumentos consistentes, preferem apelar para castigos e anúncios destruidores que acontecerão no final dos tempos. Tais pregadores seguem a lei do menor esforço: em vez de anunciar um Evangelho — uma boa notícia — e o compromisso que este traz consigo, anunciam o medo, o que pode transformar-se em “má notícia”. Configuram kerigma, alegre anúncio de uma boa nova, a ameaças de destruições apocalípticas, no sentido dado ao termo em nossos dias. Em vez de incentivarem a confiança, insistem no medo da destruição. Um desserviço ao Evangelho.
Estes pregadores seguem o caminho mais fácil porque é cômodo profetizar ameaças e destruição. Agem na base do “avisei; se não quiserem me ouvir, não venham reclamar depois”. Adotam a atitude de quem se coloca num patamar acima de seus ouvintes. Pessoas mais simples e com poucas referências para interrogá-lo aceitam sua pregação e, de um modo ou de outro, tornam-se dependentes do medo e do pregador. Quem questiona o teor de suas pregações, é classificado de incrédulo e, por não acreditar no que ouve, está destinado à condenação eterna.
De um modo ou outro, os pregadores apocalípticos se consideram donos da verdade, com suas interpretações literais negam a eclesiologia de Igreja Povo de Deus, peregrina nas estradas da vida e construtora de um mundo melhor, como Deus propõe. Para essa gente, quase tudo se transforma em castigo de Deus: a fome, a seca, a miséria... e, em apenas poucas ocasiões são consideradas como causas de injustiça social. São pregadores que não leram o Evangelho em sua totalidade e, por este motivo, não compreenderam o projeto de Deus. Eles se contentaram, apenas, com os últimos capítulos.



Serginho Valle
Serviço de Animação Liturgica