domingo, 25 de dezembro de 2011

As pessoas do Natal...

                                         PERSONAGENS DO NATAL

           

 1.    O Menino Jesus       
                                JESUS É A IMAGEM VISÍVEL DE DEUS INVISÍVEL.
     Por vezes, o presépio apresenta apenas uma figura principal: o Menino Jesus envolto em faixas e
reclinado numa manjedoura. Não é nada de estranho, se pensarmos que é precisamente assim que a cena
é apresentada no Evangelho: «Não temais, pois vos anuncio uma grande alegria, que o é também para
todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor, na cidade de David. Este será o sinal:
encontrareis um menino envolto em faixas e deitado numa manjedoura» (cf. Lc 2,10-12).



     Uma criança causa sempre um sentimento de ternura. E o Menino nos braços de sua Mãe, Maria, é precisamente essa imagem de ternura que Deus quer comunicar. O facto de Deus se mostrar sob a forma de um menino explica a alegria que a festa de Natal comunica às crianças; para além da árvore de Natal, do Pai Natal e das prendas que ele traz, naturalmente. Há uma misteriosa empatia entre as crianças e o Menino do presépio, mas é uma empatia que se comunica também aos adultos.

     Não podemos esquecer-nos de que o Menino Jesus (que é o próprio Verbo de Deus feito um de nós) é o protagonista do presépio; sem Ele, não há nem presépio nem Natal. É a partir da manjedoura que Ele nos dá a boa nova de que também nós somos amados por Deus: «Deus amou de tal maneira o mundo que lhe enviou o seu Filho unigénito para que todo aquele que acredita nele não pereça, mas se salve», é a garantia que o evangelista João nos dá (cf. Jo 3,16).

     Na ressurreição de Cristo, revela-se e completa-se o sentido do Natal: Deus fez-se homem para que os homens sejam filhos de Deus. É o mesmo evangelista João que o diz imediatamente antes da frase citada acima: «Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também tem de ser levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna» (cf. Jo 3,14-15).
  

          
         2.    Maria, a Virgem Mãe
        
«Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as em seu coração» (Lc 2,19).



     «Quando eles (José e Maria) ali se encontravam, completaram-se os dias em que ela devia dar à luz. E teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e reclinou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2,6-7). Esta cena empresta uma importância singular ao papel de Maria. Apesar da crescente paganização do Natal e apesar do esvaziamento de sentido, não é demais insistir no facto de se celebrar, antes de mais, a irrupção de Deus na história humana através da encarnação de Jesus no seio da Virgem Maria. Não é, pois, possível, celebrar o Natal sem nos encontrarmos com esta figura singular e indispensável. Do seu «sim» a Deus depende o conteúdo do mistério que se celebra no Natal.
     Gabriel, o mensageiro de Deus, comunica a Maria uma nota de alegria e de felicidade, que se baseia num facto muito concreto: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo» (cf. Lc 1,30). Ela, que é cheia de graça, não pode não viver uma paz e uma felicidade interiores que lhe advêm do facto de o Senhor estar com ela.
     É certo que Natal é a festa do próprio Deus que se faz homem em Jesus Cristo. Mas é também festa daquela que, através do seu «sim» inicial e do seu contínuo «sim», se torna Mãe de Deus, porque Mãe de Jesus Cristo, que é Deus. A Virgem do Natal, que «conservava e ponderava todas estas coisas no seu coração», é a garantia de que ainda hoje podemos continuar a fazer festa, porque ela continua a dar-nos Jesus em todo o tempo e em todas as circunstâncias.




                              3.    S. José

«Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa».


     Durante o Advento (e não só), uma outra figura incontornável na vida de Jesus, Deus humanado, é S. José. Nem sempre se lhe reconhece a importância que tem e, na devoção litúrgica e popular, por vezes, passa para segundo plano, quando, na realidade, ele é o guardião do mistério de Deus. Mas, embora o ter sido escolhido para pai adoptivo de Jesus fosse uma espécie de honra, a verdade é que o preço a pagar por essa distinção foi bem elevado. José teve que aceitar, pela fé, a sua esposa que, «antes de coabitarem, tinha concebido por virtude do Espírito Santo». Não é fácil imaginar o «trauma» por que terá passado para poder chegar a uma decisão tão difícil. Mas a fé resolveu o que a sua capacidade simples de raciocínio talvez não conseguisse.
 
     «As marrativas de S. Lucas (cf. 1,26-28; 2,1ss) e de S. Mateus (cf. 1,18-25) manifestam claramente que, por um lado, a maternidade de Maria não é obra de José, mas do Espírito Santo, e, por outro lado, que Jesus, por intermédio de José, é legalmente filho de David. José tem conhecimento, pelo anjo, da concepção virginal e recebe de Deus o encargo de adoptar, como pai legal, o filho de Maria, dando-lhe o nome de Jesus. A paternidade legal de José faz de Jesus filho de David e filho do povo eleito».
 
     Depois da visita dos Magos, José recebe a delicada missão de interpretar os sinais da vontade de Deus. E bem depressa terá que tomar uma decisão para proteger Jesus, porque Herodes procura matar o Menino. Em sonhos, o anjo do Senhor disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e a sua Mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o Menino para o matar» (cf. Mt 2,13-14). E, na realidade, José foge para o Egipto com o Menino e a sua Mãe.
 
     De novo em sonho, José, no Egipto escuta a voz do anjo do Senhor e regressa à Palestina, fixando-se em Nazaré (cf. Mt 2,19s), onde ficará a morar com Jesus e Maria. Aí, Jesus crescerá em estatura, sabedoria e graça diante de Deus (cf. Lc 2,51). A partir desse momento, José nunca mais sairá do anonimato, não se sabendo sequer como e quando é que faleceu.
 
       
                                  

                     4.    Os pastores                            
            
 
     «Quando os anjos se afastaram deles em direcção aos céus,
os pastores disseram uns para os outros: Vamos a Belém ver o que aconteceu» (cf. Lc 2,15).
 


     Não foram nem os nobres da corte nem os sacerdotes do Templo os primeiros a receber a notícia sobre o nascimento de Jesus. Foram simples e rudes pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite nas redondezas. Pode parecer um facto estranho que assim tenha sido, mas só para quem lê distraído e sem profundidade os textos evangélicos. A imagem do pastor e do rebanho é precisamente a que é utilizada para descrever o relacionamento entre Deus e Israel, o seu povo eleito. Apesar de todos os seus defeitos e da pouca fama de que gozavam entre o povo, sobretudo entre os fariseus (que se consideravam os eleitos e os puros), os pastores simbolizam a vigilância e a disponibilidade, conseguindo descobrir e estar atentos àquilo que a outros passa despercebido.
 
     No conjunto do presépio, também os pastores são figuras importantes. E não se trata de personagens mudas. Recebem a revelação e vão transmiti-la a quem estiver disposto a escutar as suas palavras. Os pastores, depois de terem visto tudo o que lhes tinha sido anunciado, tornaram-se, por sua vez, «representantes» do povo de Israel, na medida em que espalham a notícia ao seu redor (pode ler-se, a esse propósito, com muito proveito, o Evangelho de Lucas, no capítulo, a partir do versículo oitavo).
 
 
 
                                                     

5.    Os Reis Magos
                  


                    
  
    A estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que,
chegando ao lugar onde estava o Menino, parou.
Ao verem a estrela, sentiram grande alegria, e, entrando em casa,
viram o Menino com Maria, sua Mãe (Mt 2,9b-11).

     Segundo o evangelista S. Mateus (Cf. 2,1-12), os Reis Magos são personagens que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em Belém. Costumam designar-se por «Reis», mas o texto evangélico não diz nem que eram reis nem que eram três. A designação «Mago» era dada, entre os Orientais, à classe dos sábios ou eruditos. Já o apelido de «Reis» foi-lhes atribuído em virtude da aplicação que se lhes fez do Salmo 72 (71),10: «Os reis de Társis e as ilhas pagar-lhe-ão tributo. Os reis de Sabá e de Seba oferecer-lhe-ão presentes».
     Ignora-se a providência dos Reis Magos, mas supõe-se que fossem da Arábia, tendo em conta os dons oferecidos (ouro, incenso e mirra). Quanto ao número três (talvez devido ao facto de terem oferecido três géneros de presentes) e quanto aos nomes dos Magos, são tudo suposições sem base histórica. Nada disso se encontra nos Evangelhos. Aliás, há que acrescentar que foi uma tradição posterior aos Evangelhos que lhes atribuiu os nomes de Baltasar, Gaspar e Melchior.
     O dia de Reis celebra-se a 6 de Janeiro, por se ter partido do suposto que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto ao Menino Jesus. Mas também isso não passa de pura suposição. Muito mais importante que os dados concretos que se possam recolher, é o significado teológico da visita dos chamados Reis Magos (que é um episódio exclusivo do evangelista S. Mateus).
     A primeira lição a retirar de todo o episódio de Mateus é que a salvação trazida por Jesus destina-se a todos os povos, representados pelos Magos vindos do Oriente. Não é alheio à mensagem de Mateus o facto de pessoas «pagãs» reconhecerem o Messias antes daqueles que teriam obrigação de o reconhecer imediatamente (os judeus, incluindo Herodes e toda a sua corte).
     Uma atitude importante realçada é também o facto de estes Reis Magos se terem prostrado em adoração diante do Menino, prestando-lhe culto. Reconhecem-no como soberano e oferecem-lhe uma adoração que só se atribuía a Deus. O que significa que o evangelista lança mão deste «estratagema» para dizer aos seus leitores que este Menino não é um menino qualquer.
     Por seu lado, os dons oferecidos estão a sublinhar também essa condição especial do Menino que acaba de ser homenageado. O ouro, considerado o metal perfeito, é símbolo da imortalidade e da realeza; o incenso é símbolo da oração que que sobe até ao céu e, por isso, implicitamente, está a indicar que Aquele a quem é oferecido é equiparado à própria divindade; a mirra, utilizada para embalsamar os cadáveres, pode ser uma alusão ao facto de aquele Menino ser perfeitamente homem.


Com certeza que sabe que...


* O Natal não é apenas o dia 25 de Dezembro. A quadra natalícia estende-se por 12 dias que se situam entre o Natal, incluindo a noite de 24 de Dezembro, e o dia de Reis. Já era assim na Idade Média;
* Os postais de Natal surgiram por volta de 1844;
* Os pratos de Natal têm origem na Idade Média;
* Em alguns países são atribuídos nomes às renas que puxam o trenó do Pai Natal. Na tradição anglo-saxónica existem oito renas: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder e Blitze.

domingo, 4 de dezembro de 2011

O natal!


A Igreja em sua missão de ir pelo mundo levando a Boa Nova quis dedicar um tempo para aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus; conhecemos este tempo como o Natal. Perto da antiga festa judaica das luzes e buscando dar um sentido cristão às celebrações pagãs do solstício de inverno, a Igreja aproveitou o momento para celebrar o Natal.
Nesse tempo os cristãos por meio do Advento se preparam para receber o Cristo, luz do mundo" (Jo 8, 12) em suas almas, retificando suas vidas e renovando o compromisso de segui-lo. Durante o Tempo de Natal assim como no Tríduo Pascal da semana Santa celebramos a redenção do homem graças à presença e entrega de Deus; mas diferentemente do Tríduo Pascal em que recordamos a paixão e morte do Salvador, no Natal recordamos que Deus se fez homem e habitou entre nós.
Assim como o sol afasta a trevas durante a alvorada, a presença de Cristo irrompe nas trevas do pecado, do mundo, do demônio e da carne para mostrar-nos que é o caminho a se seguir. Com sua luz nos mostra a verdade de nossa existência. Cristo é a vida que renova a natureza caída do homem e da natureza. O Natal celebra essa presença renovadora de Cristo que vem salvar o mundo.
A Igreja em seu papel de mãe e mestre por meio de uma série de festas busca conscientizar o homem deste fato tão importante para a salvação de seus filhos. Por isso, é necessário que todos os fiéis vivamos com reto sentido a riqueza da vivência real e profunda do Natal.
Por último, é necessário recordar que durante o Natal celebramos em três dias consecutivos, 26, 27 e 28 de dezembro, três festas que nos fazem presente a entrega total ao Senhor:

Natal é tempo de...


O tempo que antecede o Natal hoje não é mais um “tempo de silêncio”, pelo contrário, as pessoas estão em atividades frenéticas em meio a compras, vendas, preparativos para festas e jantares. Mas “as tradições populares da fé não desapareceram, muitas foram renovadas, aprofundadas, transmitidas. E assim se criam ilhas de alma, de silêncio e de fé, ilhas para o Senhor no nosso tempo, e isso me parece muito importante”, destacou o Papa Bento XVI na noite desta sexta-feira, 3.

“Esperamos que também no futuro esta força da fé, a sua visibilidade permaneça e ajude a caminhar em frente, como quer o Advento, em direção ao Senhor”, concluiu o Papa

Evangelho do Domingo