sábado, 15 de março de 2014


Mensagem do Papa Francisco sobre a Quaresma



MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014
Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Boletim da Santa Sé

Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
 (cf. 2 Cor 8,9)

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza » (2 Cor 8,9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?

1. A graça de Cristo

Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2,7; Heb 4,15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez conosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado» (ConC. ECum. Vat. II, Const. past. Gaudium et Spes, 22).

A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Batista para O batizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3,8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1,2).

Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na beira da estrada (cf. Lc 10,25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11,30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogênito (cf. Rm 8,29).

Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

2. O nosso testemunho

Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d’Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.

À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança.

Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiênicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural.

Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo.

O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.

Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se veem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde.

Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína econômica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos autossuficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.

O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna.

O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza.

A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.

Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6,10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia.

Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, 26 de Dezembro de 2013

Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir

FRANCISCUS

JCKids ... entrega dos kits estudantis


Hoje dia 15.03 foram entregues 13 kits estudantis para algumas Famílias da Reciclagem  ainda faltam  outras crianças . Agradecemos desde já a todos que contribuíram com essa iniciativa. 
O Senhor abençoe e guarde a vossa generosidade! 

Nota de Esclarecimento sobre a Igreja Católica Carismática...

Igreja Católica Apostólica Carismática ... o que é isso? corra...


Alerta aos católicos: Uma nova doutrina está sendo semeada no meio do povo de Deus. É o famoso lobo vestido de pele de ovelhas. E ele tem um nome: Igreja Católica Apostólica Carismática. Esses dias eu recebi um panfleto na minha residência avisando de uma missa celebrada por um cidadão que se denomina padre e ordenado por outro cidadão que se intitula bispo. Coisa estranha. Engraçado que quando perguntei aos panfleteiros se eles eram ligados a Igreja Católica Apostólica Romana eles disseram que todos os católicos eram bem-vindos. Sairam pela tangente.

EIS O FOLHETO RECEBIDO: CONVITE PARA UMA MISSA ONDE O BISPO EM NADA PARECE COM DOM ERCÍLIO TURCO, BISPO DA DIOCESE DE OSASCO.

Não escreveria sobre essa doutrina aqui, senão percebesse ai uma má fé: Denominar-se Igreja Católica Apostólica sem a devida diferenciação entre as igrejas, podendo alguns católicos, por serem menos esclarecidos na fé, vir a se deixar levar pelo nome “parecido”. Esclareço: O episódio dos panfletos foi um tanto estranho. Ainda que a ICAC ensine em seus templos as diferenças, os panfleteiros foram um tanto ambíguos.

Por isso, baseado em informações dos sites dos padres da tal igreja, resolvi escrever para alertar os irmãos menos esclarecidos na fé. Depois se desejarem, veja nestes links os pronunciamentos oficiais dos bispos da Diocese de Osasco e da Diocese de Santos sobre elas.

Na pesquisa efetuada, não consta uma data de fundação da tal igreja ou seita. Portanto não temos como saber quando começaram as suas atividades. Solicitei a procuradoria da ICAC um institucional sobre a mesma para conhecer sua doutrina. Mas até então o que conheci foi através de informações encontradas nos blogs e sites dos “padres” da mesma. Existe um homem intitulado bispo, chamado Dom Euclides Nunes, todavia não sabemos quem o ordenou e quando. Todos nós católicos sabemos que bispo para se tornar “bispo”, precisa ser ordenado por outro bispo já ordenado e ligado a Igreja Católica Apostólica Romana. Ninguém pode chamar-se de bispo. Dom Euclides Nunes não faz parte da Sucessão Apostólica de Pedro. Ele não é bispo de nenhuma Diocese da Igreja Católica Apostólica Romana.Portanto nenhum padre ordenado por ele pode consagrar o pão e o vinho.

A ICAC (Sigla da Igreja Católica Apostólica Carismática) tem como preceitos:

1 – Não possui os sete sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana. Para eles o Matrimônio pode ser recebido mais de uma vez e a confissão não é sacramento. Por isso os fiéis desta seita, segundo eles, não precisam confessar seus pecados aos padres. Segundo o site de um dos pseudos-padres da Igreja:

“A missão de um padre é pregar o Evangelho, aconselhar e rezar pelo povo e não ficar ouvindo pecados.”

Isso difere da Doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, que ensina o que o próprio Cristo ordenou:

Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. (São João 20,23)

2 – Não existe a lei do celibato. Para eles, o bispo, padre ou diácono pode ser casado ou solteiro, ele decide qual o estado de vida.

3 – Segundo eles não existe purgatório e, portanto os mortos não precisam de oração. Isso contraria a fé católica da Comunhão dos Santos.

4 – Para eles, o Papa não é tido como o Chefe (Visível) supremo da Igreja. Para eles o Papa é um primus inter pares – primeiro entre os iguais, é apenas o bispo de Roma e tem um “peso” igual ao bispo deles.

5 – Segundo a ICAC o aborto é repreensível, embora admitido quando a gestante possa ter sua vida posta gravemente em risco. Ou seja, para eles o pecado do aborto pode não ser pecado. A Igreja Católica Apostólica Romana é contra todo tipo de morte, incluindo o aborto.

6 – Métodos anticoncepcionais para a ICAC são permitidos. É uma decisão do casal acabar com a possibilidade de fecundação ou não. Para eles isso não é pecado. Não há qualquer pronunciamento da seita a respeito. Eles não tem um posicionamento definido. Ou seja, quem cala consente.

7- A Igreja Católica Apostólica Romana não realiza, a não ser em casos especiais, batizados, casamentos e crismas fora das igrejas e espaços normalmente destinados ao culto e às celebrações sagradas, como, por exemplo, chácaras, buffets e outros locais. Já a ICAB realiza casamento em qualquer lugar, porém o seu sacramento não é válido para a Fé Católica Apostólica Romana.

Ah, e tem mais coisa! Embora ela tenha o nome de “carismática”, ela não tem nenhum vínculo com a RCC (Renovação Carismática Católica), que um movimento que está dentro da Igreja Católica Apostólica Romana e lhe é obediente. O nome é também para confundir os fiéis. Fique esperto!

Esta não é a primeira e nem a última vez que termos parecidos com os da Igreja Católica aparecem causando confusão entre os católicos. Dentro das seitas protestantes já é normal vermos seus líderes se autodenominando “bispos”, “bispas” e “apóstolos”, e alguns deles chegando a usar o “clerygman” em suas aparições televisivas.

Estamos em um tempo onde a cada dia surgem novas seitas querendo afastar o povo de Deus do verdadeiro caminho. Fiquemos atentos! Abaixo, cito os nomes dos bispos das dioceses católicas apostólicas romanas da província eclesiástica de São Paulo. Se não constam nesta lista, fique esperto! Alguma coisa de errado tem!
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo
Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Júlio Endi Akamine, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Ercílio Turco, bispo de Osasco
Dom Fernando Antônio Figueiredo, bispo de Santo Amaro
Dom Nelson Westrupp, bispo de Santo André
Dom Jacyr Francisco Braido, bispo de Santos
Dom Joaquim Justino Carreira, bispo nomeado de Guarulhos
Dom Luiz Antônio Guedes, bispo de Campo Limpo
Dom Airton José dos Santos, bispo de Mogi das Cruzes
Dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista
Dom Vartan Waldir Boghossian, bispo do exarcado armênio, para os católicos apostólicos romanos de rito armênio residentes no Brasil
Dom Farès Maakaroun, bispo da eparquia Nossa Senhora do Paraíso, dos católicos apostólicos romanos de rito greco-melquita
Dom Edgard Madi, bispo da eparquia Nossa Senhora do Líbano, dos católicos apostólicos romanos de rito maronita.
Obs.: Depois de trocar alguns e-mails com a procuradoria da ICAC, resolvi atualizar o texto, moderando o linguajar. Acredito que o importante é esclarecer as diferenças para que ninguém seja induzido a uma fé diferente da que professa. Ainda falaremos mais sobre este fato. Peço desculpas se exagerei no peso das palavras. Mas a intenção de mostrar a verdade continua a mesma.

http://domvob.wordpress.com/2012/06/25/uma-nova-seita-no-meio-de-nos-a-igreja-catolica-apostolica-carismatica/

Silêncio na Quaresma


Celebrações silenciosas na Quaresma

O silêncio da Quaresma tem sua principal fonte na Liturgia. Mas, como esta poderá ser uma fonte silenciosa se as celebrações, mesmo durante a Quaresma, forem barulhentas? Como incentivar o silêncio em celebrações quaresmais motivadas a batidas de bateria, pandeiros e atabaques, e canções cantadas em alto volume?

terça-feira, 11 de março de 2014

 

Informação, ação e mediação

O tráfico humano é grande, é presente, mas é pouco visível. Sempre pensamos que está longe de nós. Temos que visibilizar o problema através de informações, de campanhas de sensibilização, debates, encontros. E aí a juventude pode ter uma contribuição enorme. Abrir os olhos, ser inquieto, procurar informação, participar, ser interlocutor de outros jovens. É preciso jogar o tema nas redes sociais, acompanhar as notícias da mídia, divulgar e discutir isso, seja pessoalmente, seja em grupo. Essa é uma tarefa de todos. Esse é um primeiro passo: o problema existe, está aí, e é preciso divulgar.
A segunda via de prioridade é a capacitação de multiplicadores. Espaços onde se trabalha a realidade, os conceitos, a legislação, a orientação de como se pode perceber a realidade. Temos que criar um grande mutirão de formação da consciência, de esclarecimento da realidade, através do qual podemos coibir o crescimento do tráfico de pessoas. Sabemos que é muito difícil resgatar quem já está, mas acreditamos que precisamos investir todas as energias, pois, se não conseguimos resgatar quem já caiu, vamos pelo menos coibir o crescimento e o ingresso de novos.
A terceira fonte de atuação é a mediação, ou seja, articular com organismos nacionais, internacionais, com o poder público, com outras organizações que trabalham com o tráfico ou com situações similares, que possam nos ajudar. Com os centros de direitos humanos que possam subsidiar a questão jurídica, mais formal dos processos. E depois na incidência política, estar junto, provocando, participando.
Em 2005, começou a política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Essa política se baseou em três eixos: a prevenção, a assistência e a responsabilização dos culpados. Discutimos também a questão das políticas públicas no campo da prevenção, porque uma coisa é você alertar para o problema, outra coisa é você trabalhar isso conjugado com a superação das causas que levam as pessoas a entrar na roda. Temos que trabalhar via políticas públicas: saúde, educação, comida, enfrentamento da violência, cumprimento das leis socioeducativas. Porque, se isso acontece, as pessoas têm menos probabilidade de cair na armadilha do tráfico.

Tráfico de pessoas: somos humanos e não mercadorias (trailler)

Tráfico, violência e extermínio de jovens
p. 11
No Brasil, o tráfico de jovens se relaciona de uma maneira muito específica com a violência. O tráfico de pessoas acontece de diversas formas, principalmente através da exploração sexual e também com o trabalho escravo.
Thiesco Crisóstomo
estudante de Ciências Sociais, atua na Secretaria Nacional da Pastoral da Juventude, Marabá, PA.

)

Divulgadas datas da JMJ 2016 e da pré-jornada das dioceses


A Comissão de preparativos para a Jornada Mundial da Juventude 2016 (JMJ), divulgou a data oficial do evento. Os poloneses receberão em Cracóvia, jovens de todo o mundo nos dias 26 a 31 de julho. Foi definida também a data da “pré-jornada”, que será realizada nos dias 20 a 25 de julho e recebeu o nome de “Jornadas das Dioceses”.

O Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, havia divulgado anteriormente que a JMJ teria início no dia 25 de julho, porém, as novas datas foram ajustadas com os dias da pré-jornada.

Na terça-feira, 26 de julho, será realizada a cerimônia de abertura, o chamado Festival da Juventude. De quarta-feira, 27, a sexta-feira, 29 de julho, as catequeses. Na quinta-feira, 28, está prevista a acolhida do Papa, e na sexta-feira à noite, 29 haverá a Via-Sacra.

No Sábado, 30, será realizada a vigília, e no domingo, 31, a Missa de encerramento com o envio e o anúncio da próxima edição internacional da JMJ.

A Comissão, por meio do site oficial, informa que são esperados mais de 2 milhões de jovens. Para as “Jornadas das Dioceses” a expectativa é de 300 mil jovens percorram as 43 dioceses do país.

O país sede da Jornada Mundial da Juventude 2016 foi anunciado pelo Papa Francisco no dia 28 de julho de 2013, na Missa de Encerramento da JMJ, no Rio de Janeiro.

Tempo Liturgico


quarta-feira, 5 de março de 2014

Papa ... 1 ano



O meu primeiro ano como papa. Entrevista com o Papa Francisco

Um ano se passou desde aquele simples "boa noite" que comoveu o mundo. O arco de 12 meses, assim entendidos – não só para a vida da Igreja – custa para conter a grande quantidade de novidades e os muitos sinais profundos da inovação pastoral de Francisco. Estamos em uma salinha de Santa Marta. Uma única janela dá para um pequeno pátio interno que descerra um minúsculo canto de céu azul. O dia está belíssimo, primaveril, quente. O papa sai de repente, quase de súbito, de uma porta, e tem um rosto relaxado, sorridente. Olha divertido para os muitos gravadores que a ansiedade senil de um jornalista colocou sobre uma mesa. "Funcionam? Sim? Bom".

A reportagem é de Ferruccio De Bortoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 05-03-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

O balanço de um ano?

Não, os balanços não lhe agradam. "Eu os faço apenas a cada 15 dias, com o meu confessor."

O senhor, Santo Padre, de vez em quando, telefona para quem lhe pede ajuda. E às vezes não acreditam no senhor.

Sim, isso aconteceu. Quando alguém telefona, é porque tem vontade de falar, uma pergunta a fazer, um conselho a pedir. Como padre em Buenos Aires, era mais simples. E para mim continua sendo um hábito. Um serviço. Eu sinto isso dentro de mim. Certamente, agora não é tão fácil fazer isso, dada a quantidade de pessoas que me escrevem.

E há um contato, um encontro que recorda com afeto particular?

Uma senhora viúva, de 80 anos, que havia perdido o filho. Ela me escreveu. E agora eu lhe dou uma telefonadinha a cada mês. Ela está feliz. Eu sou padre. Eu gosto.

As relações com o seu antecessor. Nunca pediu algum conselho a Bento XVI?

Sim. O Papa Emérito não é uma estátua em um museu. É uma instituição. Não estávamos acostumados. Sessenta ou setenta anos, o bispo emérito não existia. Veio depois do Concílio. Hoje, é uma instituição. A mesma coisa deve acontecer para o Papa Emérito. Bento XVI é o primeiro, e talvez haverá outros. Não sabemos. Ele é discreto, humilde, não quer perturbar. Falamos a respeito e decidimos juntos que seria melhor que ele visse pessoas, saísse e participasse da vida da Igreja. Uma vez, ele veio aqui para a bênção da estátua de São Miguel Arcanjo, depois ao almoço em Santa Marta, e, depois do Natal, eu lhe dirigi o convite de participar do Consistório, e ele aceitou. A sua sabedoria é um dom de Deus. Alguns gostariam que ele se retirasse para uma abadia beneditina longe do Vaticano. Eu pensei nos avós que, com a sua sabedoria, os seus conselhos, dão força à família e não merecem acabar em uma casa de repouso.

O seu modo de governar a Igreja pareceu-nos isto: o senhor ouve todos e decide sozinho. Um pouco como o geral dos jesuítas. O papa é um homem sozinho?

im e não. Eu entendo o que você quer me dizer. O papa não está sozinho no seu trabalho, porque está acompanhado e é aconselhado por muitos. E seria um homem sozinho se decidisse sem ouvir ou fingindo ouvir. Mas há um momento, quando se trata de decidir, de colocar uma assinatura, em que ele está sozinho apenas o seu senso de responsabilidade.

O senhor inovou, criticou algumas atitudes do clero, sacudiu o Curia. Com alguma resistência, alguma oposição. A Igreja já mudou como o senhor gostaria há um ano?

Em março passado, eu não tinha nenhum projeto de mudança da Igreja. Eu não esperava essa transferência de diocese, digamos assim. Comecei a governar tentando colocar em prática o que havia surgido no debate entre cardeais nas várias Congregações. No meu modo de agir, espero que o Senhor me dê a inspiração. Dou-lhe um exemplo. Falou-se do cuidado espiritual das pessoas que trabalham na Cúria, e começaram-se a fazer retiros espirituais. Devia-se dar mais importância aos Exercícios Espirituais anuais: todos têm o direito de passar cinco dias em silêncio e meditação, enquanto antes, na Cúria, ouviam-se três pregações por dia, e depois alguns continuavam trabalhando.

A ternura e a misericórdia são a essência da sua mensagem pastoral...

E do Evangelho. É o centro do Evangelho. Caso contrário, não se entende Jesus Cristo, a ternura do Pai que o envia para nos ouvir, para nos curar, para nos salvar.

Mas essa mensagem foi compreendida? O senhor disse que a franciscomania não vai durar muito tempo. Há algo na sua imagem pública que não lhe agrada?

Eu gosto de estar entre as pessoas, junto com quem sofre, ir às paróquias. Não me agradam as interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco. Quando se diz, por exemplo, que ele sai de noite do Vaticano para ir dar de comer aos sem-teto na Via Ottaviano. Isso nunca me veio à mente. Sigmund Freud dizia, se não me engano, que em toda idealização há uma agressão. Pintar o papa como uma espécie de super-homem, uma espécie de estrela, parece-me ofensivo. O papa é um homem que ri, chora, dorme tranquilo e tem amigos, como todos. Uma pessoa normal.

Nostalgia pela sua Argentina?

A verdade é que eu não tenho nostalgia. Gostaria de ir encontrar a minha irmã, que está doente, a último de nós cinco. Gostaria de vê-la, mas isso não justifica uma viagem à Argentina: eu a chamo pelo telefone, e isso basta. Não penso em ir antes de 2016, porque na América Latina eu já fui ao Rio. Agora tenho que ir para a Terra Santa, para Ásia e depois para a África.

O senhor recém-renovou o passaporte argentino. O senhor, contudo, ainda é um chefe de Estado.

Eu o renovei porque venceu.

Desagradaram-lhe aquelas acusações de marxismo, especialmente norte-americanas, depois da publicação da Evangelii gaudium?
Nem um pouco. Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque não é verdadeira, mas conheci muitas pessoas boas que professavam o marxismo.

Os escândalos que perturbaram a vida da Igreja, felizmente, ficaram para trás. Foi-lhe dirigido, sobre o delicado tema dos abusos de menores, um apelo publicado pelo jornal Il Foglio e assinado, dentre outros, pelos filósofos Besançon e Scruton, para que o senhor faça ouvir a sua voz contra os fanatismos e a má consciência do mundo secularizado que respeita pouco a infância.

Quero dizer duas coisas. Os casos de abuso são terríveis, porque deixam feridas muito profundas. Bento XVI foi muito corajoso e abriu um caminho. A Igreja, nesse caminho, fez muito. Talvez mais do que todos. As estatísticas sobre o fenômeno da violência contra as crianças são impressionantes, mas também mostram com clareza que a grande maioria dos abusos ocorre no ambiente familiar e na vizinhança. A Igreja Católica talvez seja a única instituição pública que se moveu com transparência e responsabilidade. Ninguém mais fez mais. No entanto, a Igreja é a única a ser atacada.

Santo Padre, o senhor diz "os pobres nos evangelizam". A atenção à pobreza, a marca mais forte da sua mensagem pastoral, é confundida por alguns observadores como uma profissão de pauperismo. O Evangelho não condena o bem-estar. E Zaqueu era rico e caridoso.

O Evangelho condena o culto ao bem-estar.O pauperismo é uma das interpretações críticas. Na Idade Média, havia muitas correntes pauperistas. São Francisco teve a genialidade de colocar o tema da pobreza no caminho evangélico. Jesus diz que não se pode servir a dois senhores, Deus e a Riqueza. E, quando formos julgados no juízo final (Mateus 25), vai importar a nossa proximidade com a pobreza. A pobreza afasta da idolatria, abre as portas para a Providência. Zaqueu devolve metade da sua riqueza aos pobres. E a quem têm os celeiros cheios do próprio egoísmo, o Senhor, no fim, apresenta a conta. O que eu penso da pobreza eu bem expressei na Evangelii gaudium.

O senhor indicou na globalização, sobretudo financeira, alguns dos males que agridem a humanidade. Mas a globalização arrancou milhões de pessoas da pobreza. Deu esperança, um sentimento raro que não deve ser confundido com o otimismo.

É verdade, a globalização salvou muitas pessoas da pobreza, mas condenou muitas outras a morrer de fome, porque, com esse sistema econômico, ela se torna seletiva. A globalização na qual a Igreja pensa não se assemelha a uma esfera, em que cada ponto é equidistante do centro e em que, portanto, se perde a peculiaridade dos povos, mas sim a um poliedro, com as suas diversas faces, pelas quais cada povo conserva a sua própria cultura, língua, religião, identidade. A atual globalização "esférica" econômica, e sobretudo financeira, produz um pensamento único, um pensamento fraco. No centro, não há mais a pessoa humana, somente o dinheiro.

O tema da família é central na atividade do Conselho dos oito cardeais. Desde a exortação Familiaris consortio, de João Paulo II, muitas coisas mudaram. Dois sínodos estão sendo programados. Esperam-se grandes novidades. O senhor disse sobre os divorciados: não devem ser condenados, devem ser ajudados.

É um longo caminho que a Igreja deve fazer. Um processo desejado pelo Senhor. Três meses depois da minha eleição, foram submetidos a mim os temas para o Sínodo. Propõe-se a discutir sobre qual era a contribuição de Jesus ao homem contemporâneo. Mas, no fim, com passagens graduais – que para mim foram sinais da vontade de Deus – escolheu-se discutir a família que atravessa uma crise muito séria. É difícil formá-la. Os jovens se casam pouco. Há muitas famílias separadas, nas quais o projeto de vida comum fracassou. Os filhos sofrem muito. Devemos dar uma resposta. Mas, para isso, é preciso refletir muito profundamente. É o que o Consistório e o Sínodo estão fazendo. É preciso evitar ficar na superfície. A tentação de resolver todos os problemas com a casuística é um erro, uma simplificação de coisas profundas, como faziam os fariseus, uma teologia muito superficial. É à luz da reflexão profunda que poderão ser enfrentadas seriamente as situações particulares, mesmo a dos divorciados, com profundidade pastoral.

Por que a conferência do cardeal Walter Kasper (foto) no último Consistório (um abismo entre doutrina sobre o matrimônio e a família, e a vida real de muitos cristãos) dividiu tanto os cardeais? Como o senhor acha que a Igreja pode percorrer esses dois anos de árduo caminho chegando a um amplo e sereno consenso? Se a doutrina é sólida, por que é necessário debate?

O cardeal Kasper fez uma belíssima e profunda apresentação, que em breve será publicada em alemão, e abordou cinco pontos; o quinto era o dos segundos matrimônios. Eu me preocuparia se, no Consistório, não houvesse uma discussão intensa, não serviria para nada. Os cardeais sabiam que podiam dizer o que queriam e apresentaram muitos pontos de vista diferentes, que enriquecem. Os debates fraternos e abertos fazem crescer o pensamento teológico e pastoral. Disso, eu não tenho medo, ao contrário, o busco.

No passado recente, era habitual o apelo aos chamados "valores inegociáveis", sobretudo em bioética e na moral sexual. O senhor não retomou essa fórmula. Os princípios doutrinais e morais não mudaram. Essa escolha significa, talvez, indicar um estilo menos prescritivo e mais respeitoso à consciência pessoal?

Eu nunca compreendi a expressão "valores inegociáveis". Os valores são valores, e basta, não posso dizer que entre os dedos de uma mão haja um menos útil do que os outros. Por isso, não entendo em que sentido possa haver valores inegociáveis. O que eu tinha a dizer sobre o tema da vida, eu escrevi na exortação Evangelii gaudium.

Muitos países regulam as uniões civis. É um caminho que a Igreja pode compreender? Mas até que ponto?

O matrimônio é entre um homem e uma mulher. Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regular diversas situações de convivência, impulsionados pela exigência de regular aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde. Trata-se de pactos de convivência de várias naturezas, dos quais eu não saberia elencar as diversas formas. É preciso ver os diversos casos e avaliá-los na sua variedade.

Como será promovido o papel das mulheres na Igreja?

Aqui também a casuística não ajuda. É verdade que a mulher pode e deve estar mais presente nos lugares de decisão da Igreja. Mas eu chamaria isso de uma promoção de tipo funcional. Só assim não se faz um longo caminho. Ao contrário, é preciso pensar que a Igreja tem o artigo feminino "a": é feminina desde as suas origens. O grande teólogo Urs von Balthasar trabalhou muito sobre esse tema: o princípio mariano guia a Igreja ao lado do petrino. A Virgem Maria é mais importante do que qualquer bispo e de que qualquer apóstolo. O aprofundamento teologal está em andamento. O cardeal Rylko, com o Conselho dos Leigos, está trabalhando nessa direção com muitas mulheres especialistas em várias matérias.

A meio século da Humanae vitae, de Paulo VI, a Igreja pode retomar o tema do controle de natalidade? O cardeal Martini, seu coirmão, considerava que já havia chegado o momento.

Tudo depende de como é interpretada a Humanae vitae. O próprio Paulo VI, no fim, recomendava muito misericórdia aos confessores, atenção às situações concretas. Mas a sua genialidade foi profética, ele teve a coragem de se inclinar contra a maioria, de defender a disciplina moral, de exercer um freio cultural, de se opor ao neomalthusianismo presente e futuro. A questão não é a de mudar a doutrina, mas sim de ir fundo e fazer com que a pastoral leve em conta as situações e o que é possível fazer para as pessoas. Também sobre isso se falará no caminho do Sínodo.

A ciência evolui e redesenha os limites da vida. Faz sentido prolongar artificialmente a vida em estado vegetativo? O testamento biológico pode ser uma solução?

Eu não sou um especialista nos assuntos bioéticos. E temo que cada frase minha possa ser equivocada. A doutrina tradicional da Igreja diz que ninguém é obrigado a usar meios extraordinários quando se sabe que está em uma fase terminal. Na minha pastoral, nesses casos, eu sempre aconselhei cuidados paliativos. Em casos mais específicos, é bom recorrer, se necessário, ao conselho dos especialistas.

A próxima viagem à Terra Santa levará a um acordo de intercomunhão com os ortodoxos que Paulo VI, há 50 anos, quase tinha chegado a firmar com Atenágoras?

Estamos todos impacientes para obter resultados "fechados". Mas o caminho da unidade com os ortodoxos significa, acima de tudo, caminhar e trabalhar juntos. Em Buenos Aires, nos cursos de catequese, vinham diversos ortodoxos. Eu passava o Natal e o dia 6 de janeiro junto com os seus bispos, que às vezes pediam também conselho aos nossos escritórios diocesanos. Eu não sei se é verdade o episódio que se conta sobre Atenágoras, que teria proposto a Paulo VI que caminhassem juntos e mandassem todos os teólogos a uma ilha para discutir entre si. É uma piada, mas o importante é que caminhemos juntos. A teologia ortodoxa é muito rica. E eu acredito que eles têm grandes teólogos neste momento. A sua visão da Igreja e da sinodalidade é maravilhosa.

Em alguns anos, a maior potência mundial será a China, com a qual o Vaticano não tem relações. Matteo Ricci era jesuíta como o senhor.

Somos próximos da China. Eu enviei uma carta ao presidente Xi Jinping, quando ele foi eleito, três dias depois de mim. E ele me respondeu. Há relações. É um povo grande ao qual eu quero bem.

Por que, Santo Padre, o senhor nunca fala da Europa? O que não o convence do projeto europeu?

Você se lembra do dia em que eu falei da Ásia? O que eu disse? (Aqui o cronista se aventura em algumas explicações, recolhendo memórias vagas, para depois perceber que havia caído em uma simpática armadilha). Eu não falei nem na Ásia, nem da África, nem da Europa. Só na América Latina, quando estive no Brasil e quando tive que receber a Comissão para a América Latina. Ainda não houve a ocasião para falar da Europa. Ela virá.

Que livro o senhor está lendo nestes dias?

Pietro e Maddalena, de Damiano Marzotto, sobre a dimensão feminina da Igreja. Um belíssimo livro.

E o senhor não consegue ver alguns belos filmes, outra de suas paixões? A grande beleza ganhou o Oscar. O senhor vai vê-lo?

Não sei. O último filme que eu vi foi A vida é bela, de Benigni. E antes tinha revisto A estrada da vida, de Fellini. Uma obra-prima. Eu também gostava de Wajda...

São Francisco teve uma juventude despreocupada. Eu lhe pergunto: o senhor nunca se apaixonou?

No livro O jesuíta, eu conto sobre quando eu tinha uma namoradinha aos 17 anos. E eu também faço referência a isso em Sobre o céu e a terra (Companhias das Letras, 2013), o livro que eu escrevi com Abraham Skorka. No seminário, uma moça me fez virar a cabeça por uma semana.

E como isso acabou, sem querer ser indiscreto?

Eram coisas de jovens. Falei a respeito com o meu confessor (um grande sorriso).

Obrigado, Padre Santo.

Obrigado a você.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/528880-o-meu-primeiro-ano-como-papa-entrevista-com-o-papa-francisco

Cristo nos libertou para sermos livres!

Hino da C.F. 2014

Significado do Cartaz da C.F.2014



Entenda o significado do cartaz:

1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).

Papa envia mensagem para CF 2014


Por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2014, que aborda o tema "Fraternidade e Tráfico Humano" e o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou", o papa Francisco enviou mensagem aos bispos da CNBB e a todos os fiéis das dioceses, paróquias e comunidades do Brasil. No texto, o papa afirma que o tráfico de pessoas é uma “uma chaga social”.

“Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano!”, destacou Francisco.

Ao final da mensagem, Francisco concedeu bênção apostólica a todos os brasileiros desejando uma Quaresma de vida nova em Cristo.


Queridos brasileiros,

Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recordo a vitória da Páscoa: <<É para a liberdade que Cristo nos libertou>> (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: <<Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!>>. Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõe este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.

Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! <<A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência>> (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?

Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais... E isso – pasmem! A troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós:<< “Abbá, Pai!”>> (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).

Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.

Francisco

Campanha da Fraternidade 2014


A Campanha da Fraternidade 2014 foi aberta oficialmente pelo Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (5) em uma missa celebrada pelo cardeal arcebispo e presidente da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis. Com o tema "Fraternidade e o Tráfico Humano" e o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou", a campanha da Igreja Católica tem o objetivo de identificar e denunciar as práticas de tráfico humano.

"Toda a comunidade internacional tem agido mais intensamente contra a o tráfico humano. É uma chaga social, que fere violentamente a dignidade humana. Se para os traficantes traz lucro, para as vítimas só traz sofrimento, dor e morte. É um desrespeito universal", afirmou Dom Raymundo Damasceno Assis

Segundo o cardeal, toda a comunidade católica precisa se mobilizar para combater o tráfico humano. O cartaz elaborado para a Campanha da Fraternidade mostra mãos acorrentadas e estendidas que simbolizam a situação de exploração vivida pelas vítimas.

"Não diz respeito só ao Brasil, mas toda a comunidade internacional e a Igreja não pode ficar imóvel diante desse problema tão grave, movido por quatro fontes de lucro ilícito: a exploração sexual, que atinge as mulheres e crianças; o trabalho escravo, que atinge os homens, mas também lança mão de crianças; o tráfico de órgão para transplantes, promovido por sequestros e até mesmo assassinatos; e a adoção ilegal de crianças, que são roubadas de seus pais", disse.

A campanha foi lançada durante a missa, que teve início às 9h. O bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci José, e o reitor do santuário, Padre Domingos Sávio, concelebraram a missa solene.

Em 2013, a Campanha da Fraternidade teve como foco acolher os jovens e oferecer caminhos para sua participação efetiva na comunidade da igreja. Além de acolher e propor reflexão, a a ideia era mobilizar os jovens para a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro em julho com a visita do Papa Francisco.

Desde 1964, a Igreja Católica realiza a Campanha da Fraternidade no Brasil. A campanha normalmente é lançada na quarta-feira de cinzas, que marca o início da quaresma, um período de reflexão para os católicos e que antecede a ressureição de Jesus.

A Quaresma: tempo de reconciliação

Quaresma: Tempo de reconciliação

Muito embora o primeiro Domingo de março celebre o 8º Domingo do Tempo Comum – A, a característica pedagógica de março, do ponto de vista litúrgico e espiritual, é penitencial e batismal. Penitencial, porque a Quaresma tem esse perfil, como bem sabemos. Batismal, porque a Quaresma deste ano se caracteriza como catequese batismal para os catecúmenos, aqueles que se preparam para receber o Batismo, na Vigília Pascal. Mas, é também catequese dirigida a todos os celebrantes, que já foram batizados.

A simplicidade do discípulo e a confiança em Deus
“Olhai os lírios do campo, vejam as aves do céu!” Este ensinamento de Jesus retrata muito bem o sentido do 8DTC-A, no contexto das celebrações quaresmais de março. É um ensinamento que propõe o modo como cada celebrante poderá se preparar para iniciar o Tempo da Quaresma: com a simplicidade do coração e, principalmente, depositando sua vida, com toda confiança, nas mãos de Deus. Se o Pai cuida das aves do céu e dos lírios do campo, com mais razão cuidará de nossas vidas.
São três momentos existenciais, apresentados pela Palavra deste 8DTC-A, que concluem a primeira parte do Tempo Comum deste ano e, ao mesmo tempo, introduzem os celebrantes no novo tempo litúrgico, a Quaresma: a confiança, o serviço evangelizador e a proposta para formar uma nova mentalidade. Por isso, nossa proposta celebrativa tem a finalidade de ajudar os celebrantes a considerarem o valor da vida cristã a partir da confiança que depositam em Deus. Disto brota o convite para cada celebrante assumir uma mentalidade nova, a mentalidade do Evangelho, para se relacionar com as coisas da vida cotidiana, colocando a segurança de suas vidas nas mãos de Deus.

Tempo da Quaresma – A
Como adiantado acima, a Quaresma deste “Ano A”, além da característica penitencial, é uma grande e bela pedagogia para conduzir os catecúmenos — adultos e jovens que se preparam para receber o Batismo, na Vigília Pascal — nas semanas, antes de se tornarem cristãos. Uma pedagogia feita com a proclamação da Palavra, proposta para ser contemplada e meditada, e com os símbolos batismais da água (3DQ-A), óleo e luz (4DQ-A) e veste branca (5DQ-A).
Também a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem o tema “Fraternidade e tráfico de pessoas”, convida os celebrantes a considerarem o pecado da escravização de pessoas humanas, em vista da exploração financeira. Um tema que iremos tratar em nossas propostas celebrativas com notícias da crônica de jornais e de sites que atuam para combater esse escândalo social, em pleno século XXI.

Primeiras celebrações quaresmais
A primeira chamada de atenção da Quaresma é o grande convite à conversão, feito na 4ª feira de cinzas. A fórmula tradicional da imposição das cinzas é muito forte: “Lembra-te que és pó e ao pós voltarás!" Esta frase retrata o sentido da Quaresma, enquanto convocação para que cada cristão considere o valor de sua vida não a partir do exterior, mas de quem ele é: feito da terra. A primeira finalidade do sinal das cinzas, colocada no início da Quaresma, é convidar a Igreja, enquanto comunidade de discípulos e discípulas de Jesus, a adotar a atitude de penitente. Isto é válido tanto para todas as comunidades, para que se façam penitentes, como é igualmente válido para cada cristão, individualmente. Por fim, um terceiro elemento, relacionado à espiritualidade da Quaresma, que precisamos resgatar. A Quaresma é uma constante motivação para repartir, para recomeçar a estrada, retomar a estrada perdida, especialmente quando existe algum afastamento. Todos temos nossos afastamentos, quando caímos pelo pecado, por isso, a Igreja dispõe deste grande tempo da Quaresma para incentivar a recomeçar o caminho no discipulado.
O lema da Campanha da Fraternidade 2014 traz uma verdade que precisa ser acolhida por todos os cristãos: “É para a liberdade que Cristo nos libertou! Não nascemos para viver escravizados por nada, principalmente por tentações que nos amarram e nos escravizam. São tantas hoje em dia, se consideramos as modas que levam para longe de Deus, as ideologias e mentalidades que afastam de Deus. Por isso, é importante silenciar, e ir ao deserto. O 1º Domingo da Quaresma conduz a Igreja ao deserto, para que silenciosamente possa contemplar que não é nada (é deserto) sem a presença divina em sua vida e em suas atividades evangelizadoras. O mesmo vale para cada homem e mulher, que contemplam em Jesus Cristo o exemplo de jamais abandonar o projeto divino por algum projeto humano, por mais tentador que seja. Um modo para evitar as tentações é aprender com Jesus a vencê-las fortalecendo-se na oração, na Palavra e na confiança (fé) de que o projeto divino é o melhor para nossas vidas. Não se é fiel a Jesus por simpatia — dizia Papa Francisco, no começo deste ano — mas como resposta vocacional.
Quanto ao modo de viver a vocação cristã, a proposta celebrativa do 2DQ-A apresenta três características do chamado vocacional bíblico: é um chamado que comporta envio, não concede algum privilégio especial e tem na Palavra divina a única garantia que alimenta a fé do vocacionado. A vocação ao discipulado passa necessariamente pelo Tabor ou, como é refletido na proposta, por "momentos de tabores", mas é vivenciada essencialmente nas estradas do mundo. Abraão, o pai na fé, é exemplo de como preceder e esperar mesmo quando a esperança parece não ter mais espaço no coração. Quanto aos momentos de Tabores, são todos aqueles momentos que somos alimentados na fé, seja pela oração, pela meditação ou por atividades fraternas. Tudo isso é muito bom e até mesmo necessário, mas o caminho sempre deve continuar nas estradas do mundo, testemunhando o Evangelho.

Domingos catecumenais
A partir do 3º Domingo da Quaresma – A temos, de modo mais explícito, a pedagogia catequética na Liturgia. Esta se encontra principalmente na Liturgia da Palavra, propondo em cada um destes Domingo um símbolo especial, como já mencionamos acima.
Um primeiro sinal para o batizado (quem será e quem já é) é o caminho. O 3DQ-A propõe o caminho feito nas estradas da terra e o caminho interior. Tanto na passagem de Moisés, conduzindo o povo, como em Jesus conduzindo a Samaritana em seu caminho interior, encontramos a imagem do caminho de cada homem e mulher indo ao encontro de Deus, para receber o Espírito Santo que é derramado em seus corações. A Quaresma é um tempo para se deixar conduzir pelo Senhor, através do Evangelho, com a pedagogia de Jesus, para encontrar-se e descobrir cada vez mais a identidade de Jesus. É preciso que ele seja reconhecido por nós como Messias, o local onde podemos nos encontrar com Deus. O símbolo deste Domingo é a água que, no simbolismo do Evangelho de João, significa o Espírito Santo. O batizado entende que seu batismo é feito no Espírito Santo; somos batizados no Espírito Santo de Deus.
Uma vez batizado no Espírito Santo, o batizado torna-se morada do Espírito Santo de Deus. Deus acende nele a sua luz divina, de onde a luz (vela batismal) ser o símbolo do 4DQ-A. O tema da luz não acende a vida de muita gente. No tempo de Jesus, ele cura um cego e os fariseus, mesmo vendo a cura se negam a acolhê-lo como Messias. A isso podemos dar o nome de “drama da luz”. Jesus provoca os fariseus, que insistem viver como cegos diante dos fatos a acolher a luz que ele acende diante de seus olhos. O apelo da Liturgia deste "Domingo Laetare" (Domingo da alegria) é que os celebrantes vivam como filhos e filhas da luz (2L), que se afastem de toda escuridão e de todas as trevas. É uma celebração que se propõe também a ajudar os celebrantes a perceber a possibilidade do "drama da luz" na vida pessoal, que consiste em ver e perceber a presença da ação divina entre nós e, mesmo assim, se negar a crer que o Senhor esteja agindo entre nós.

Conclusão
Como é fácil perceber, as celebrações litúrgicas de março conduzem pedagogicamente os celebrantes a considerar suas vidas pessoas, para que tomem atitude existencial pelo seguimento de Jesus, através do discipulado. Podemos dizer que esta é a grande penitência que a Quaresma propõe para nossas vidas. Passar 40 dias sem comer doces ou toma cerveja pode ser uma penitência para alguns, mas não é nada em vista da penitência de mudar de vida, assumindo a mentalidade do Evangelho.

Serginho Valle

4ª feira de Cinzas = "Lembra-te que és pó e ao pó voltarás!"


A primeira finalidade do sinal das cinzas, colocada no início da Quaresma, é convidar a Igreja, enquanto comunidade de discípulos e discípulas de Jesus, a adotar a atitude de penitente. Isto é válido tanto para a comunidade, que se faz penitente, como para cada cristão, individualmente. Por fim, um terceiro elemento, relacionado à espiritualidade da Quaresma: trata-se da constante motivação de repartir, de recomeçar a estrada, de retomar a estrada, especialmente quando existe algum afastamento.

L E I T U R A S

Jl 2,12-18 = Rasgai o coração, não as vestes
Sl 50 = Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor!
2Cor 5,20—6,2 = Reconciliai-vos com Deus
Mt 6,1-6.16-18 = Teu Pai, que vê no escondido, te recompesará