Estes pregadores seguem o caminho mais fácil porque é cômodo profetizar ameaças e destruição. Agem na base do “avisei; se não quiserem me ouvir, não venham reclamar depois”. Adotam a atitude de quem se coloca num patamar acima de seus ouvintes. Pessoas mais simples e com poucas referências para interrogá-lo aceitam sua pregação e, de um modo ou de outro, tornam-se dependentes do medo e do pregador. Quem questiona o teor de suas pregações, é classificado de incrédulo e, por não acreditar no que ouve, está destinado à condenação eterna.
De um modo ou outro, os pregadores apocalípticos se consideram donos da verdade, com suas interpretações literais negam a eclesiologia de Igreja Povo de Deus, peregrina nas estradas da vida e construtora de um mundo melhor, como Deus propõe. Para essa gente, quase tudo se transforma em castigo de Deus: a fome, a seca, a miséria... e, em apenas poucas ocasiões são consideradas como causas de injustiça social. São pregadores que não leram o Evangelho em sua totalidade e, por este motivo, não compreenderam o projeto de Deus. Eles se contentaram, apenas, com os últimos capítulos.
Serginho Valle
Serviço de Animação Liturgica
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