terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Doação de Material Escolar

 O projeto JCKids inicia suas atividades realizando nossos trabalhos de Solidariedade  com  a doação de MATERIAL ESCOLAR (caderno, lápis e borracha) que serão entregues as crianças da reciclagem no dia 15.03... Deus seja louvado!

Quero namorar e não consigo


Muita gente pediu que, neste especial sobre o namoro, o Destrave falasse para aquelas pessoas que não conseguem encontrar a sua “cara metade”. Certamente é a realidade de muita gente que procura a pessoa certa, mas não encontra. E o tempo passa…

Conversamos com padre Paulo Ricardo e mostramos algumas das sugestões dos internautas do Destrave. O sacerdote então deu uma dica legal que você pode conferir no trecho da entrevista que transcrevemos abaixo ou ver na íntegra assistindo ao vídeo acima.

Abaixo um trecho da entrevista:

“Em primeiro lugar é importante a gente entender que o namoro é algo bom, é algo santo, mas muitos dizem que vão a vários lugares e não encontram a pessoa que Deus tem reservado para eles. Eu sempre dou esta dica para quem está procurando a pessoa certa para se relacionar: incomode o seu anjo da guarda para que ele, por sua vez, incomode o anjo da guarda da pessoa que Deus reservou para você.

O santo padre Pio de Pietrelcina dizia às pessoas: “Ó gente, vamos dar trabalho para nosso anjo da guarda!”. Deus colocou o anjo da guarda aí do seu lado para ajudá-lo, para que você use esse auxílio divino e celeste que está aqui.

Diga ao seu anjo: “Olha, minha vocação é o matrimônio, mas onde está a pessoa que Deus tem para mim? Vai lá, encontre esta pessoa, eu estou dócil a você (anjo)”.

Incomode o seu anjo, peça para vocês (você e a pessoa certa) se encontrarem, porque Deus tem uma pessoa reservada para você”.

#fica a dica: incomode seu anjo da guarda para que ele incomode o anjo da outra pessoa, mas faça a sua parte. Não adianta pedir que o anjo ache a pessoa se você (homem ou mulher) não se cuida; por exemplo: é preciso colocar uma roupa legal, passar um perfume, ajeitar o cabelo e uma boa dose de autoestima e esperança. Todos estes elementos, juntos à fé, ajudarão a Divina Providência a colocar a pessoa certa no seu caminho.

Valeu!

fonte: http://destrave.cancaonova.com/como-encontrar-a-pessoa-certa/

Em nota, a CNBB se une aos brasileiros neste Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo


CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 28, uma nota por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data é uma homenagem a quatro auditores do Ministério do Trabalho e Emprego que foram assassinados, em janeiro de 2004, quando investigavam a suspeita de uso de mão de obra escrava em fazendas de feijão em Unaí (MG).

No texto, a Presidência da CNBB faz menção à Campanha da Fraternidade que, este ano, aborda o tema “Fraternidade e o Tráfico Humano”. O tráfico para a exploração no trabalho é uma das modalidades do tráfico humano. “Tráfico humano e trabalho escravo são atividades que têm, na miséria e na desigualdade social, espaço fértil para a ação de traficantes e exploradores, movidos pela ganância e pela certeza da impunidade”, dizem os bispos na nota, que segue abaixo, na íntegra.

A Campanha da Fraternidade 2014 será lançada na Quarta-feira de Cinzas, no dia 5 de março. Tem como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

NOTA DA CNBB POR OCASIÃO DO DIA NACIONAL DE COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO

1. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB se une neste 28 de janeiro – Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo – a todos que se empenham para eliminar a lamentável prática do trabalho escravo que envergonha o país e avilta a dignidade humana.

2. Esta data nos traz à memória, neste ano, os dez anos do assassinato dos profissionais do Ministério do Trabalho, mortos de forma brutal enquanto cumpriam a tarefa de fiscalização de possível situação de trabalho escravo no Município de Unaí-MG. Remete-nos também à Campanha da Fraternidade-2014 que conclamará a sociedade brasileira a tomar consciência do tráfico humano, “uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas”, conforme alerta do Papa Francisco.

3. Tráfico humano e trabalho escravo são atividades que têm, na miséria e na desigualdade social, espaço fértil para a ação de traficantes e exploradores, movidos pela ganância e pela certeza da impunidade. Implicam grave desrespeito aos direitos da pessoa humana, à sua dignidade, e, no caso do trabalho escravo, negam o direito de livre exercício da atividade laboral. Identificar e denunciar tais crimes é dever de toda a sociedade.

4. Causa perplexidade a disseminação da prática do trabalho escravo em diferentes ramos da economia, envolvendo pessoas do campo e da cidade, na agropecuária, na construção civil, na indústria têxtil, nas carvoarias, nos serviços hoteleiros e até em situações familiares classificadas como servidão doméstica. São imigrantes que chegam ao Brasil em busca de trabalho e sobrevivência, e brasileiros que migram internamente sonhando melhores condições de vida.

5. Diante desta triste realidade, urge reafirmar de forma inequívoca o inalienável valor da vida e da dignidade humanas que transcendem qualquer atividade econômica. Criada à imagem e semelhança de Deus, toda pessoa humana é templo de Deus que não pode ser profanado.

6. Cabe ao Estado brasileiro, em primeiro lugar, adotar medidas que erradiquem esta chaga social que vitima milhares de irmãos e irmãs. É sua responsabilidade defender e proteger os que lutam pelo fim do trabalho escravo, bem como garantir às vítimas desta prática infame a reinserção na sociedade. É dever do Estado, ainda, punir de maneira exemplar os responsáveis por este crime que clama aos céus.

7. Que Jesus Cristo, enviado do Pai para proclamar a libertação aos presos e dar liberdade aos oprimidos (cf. Lc 4,18), seja a força e a luz de todos que lutam por um Brasil justo e solidário.

Raymundo, Cardeal, Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida – SP
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Steiner
Bispo-Auxiliar de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

Papa deseja maior presença da mulher na Igreja e nas famílias


Francisco falou sobre necessidade de presença feminina mais incisiva.
Ele lembrou, entretanto, que elas têm papel fundamental nas famílias.

O Papa Francisco disse neste sábado (25) que espera ampliar espaços para uma presença feminina mais extensa e incisiva na Igreja, mas que não se pode esquecer o papel insubstituível da mulher na família para a transmissão às gerações futuras de sólidos princípios morais e de fé.

O pontífice pronunciou estas palavras na audiência concedida hoje na Sala Clementina do Vaticano às participantes do 29º Congresso Nacional do Centro Italiano Feminino, que completou 70 anos.

Francisco lembrou "a contribuição vital das mulheres na sociedade, em particular com sua sensibilidade e intuição em favor do outro, dos fracos e indefesos".

Disse ter se alegrado também ao ver muitas mulheres que compartilham certa responsabilidade na assistência aos sacerdotes no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, como na reflexão teológica, e espera "ampliar espaços para uma presença feminina mais extensa e incisiva na Igreja".

No entanto, estes novos espaços e responsabilidades, segundo o papa, "não podem nos fazer esquecer o papel insubstituível da mulher na família".

"As qualidades de delicadeza, peculiar sensibilidade e ternura, das quais é rica a alma feminina, representam não só uma força real para as vidas das famílias, mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável", declarou o pontífice.

São Tomás de Aquino...


A Igreja celebra hoje, 28 de janeiro, o dia de São Tomás de Aquino, doutor da Igreja e um dos grandes teólogos católicos. Movido pela espiritualidade Eucarística, dedicou a vida à pesquisa, ao aprendizado e ao ensino de filosofia e teologia sobre os mistérios do amor de Deus.

Santo Tomás é autor de importantes obras da Igreja, com destaque para a Suma Teológica, que tem por base os grandes temas do Cristianismo. Também era pregador oficial da Igreja, professor e consultor da Ordem, razão pela qual ficou conhecido como ‘Doutor Angélico‘.

Para nos falar sobre este grande santo, em nosso podcast de hoje, convidamos o professor Felipe Aquino para nos explicar um pouco sobre a biografia e os ensinamentos deixados por ele.

O professor explica que este santo é uma figura marcante na história da Igreja por sua contribuição filosófica e teológica para a instituição, por isso influenciou não só o Cristianismo como também toda a humanidade.

“Chamado de ‘Doctor Communis‘ pelo Papa João Paulo II na encíclica ‘Fides et Ratio – A Fé e a razão’, o Pontífice polonês lembra que Santo Tomás de Aquino sempre é tido pela Igreja como mestre do pensamento e modelo do modo correto de entender teologia. Por isso, a Igreja sempre recomenda Santo Tomás como o mestre da teologia. Contudo, infelizmente, alguns teólogos se afastaram da Igreja e da linha ensinada no magistério da Igreja porque deixaram de estudar e ler Santo Tomás de Aquino”, exemplificou professor Felipe.

No Catecismo da Igreja Católica Santo Tomás de Aquino é citado diversas vezes em razão de seus importantes ensinamentos e doutrinas.

“Entre os escritores eclesiásticos que o Catecismo da Igreja nos recomenda, Santo Tomás de Aquino é um dos mais lembrados, é 61 vezes citado nessa obra. Foi chamado de ‘Doctor Angelicus‘ por suas virtudes e em particular pela sublimidade do seu pensamento e também pela pureza da sua vida”, recordou o professor e apresentador da “Escola da Fé”.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

25 DE JANEIRO - CONVERSÃO DE SÃO PAULO


O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi neste ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.

Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, mas fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.

Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: “Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer’”.

O interessante é que o batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo.

Hoje estamos comemorando o testemunho de conversão de São Paulo. Sua primeira pregação foi feita em Damasco. Muitos não acreditaram em sua mudança, mas ele perseverou e se abriu à vontade de Deus, por isso se tornou um grande apóstolo da Igreja, modelo de todos os cristãos.

São Paulo de Tarso, rogai por nós!

DIVINÍSSIMO OU DIGNÍSSIMO ???


É muito comum ouvirmos durante a adoração ao Santíssimo Sacramento em resposta "graças e louvores sejam dadas a todo o momento" (...) Digníssimo / Diviníssimo Sacramento... mas o que será o correto, Digníssimo ou Diviníssimo.

Digníssimo, vem da palavra digno (que merece respeito; que vale a pena; íntegro; capaz), no qual todos nós somos dignos ou merecedores de alguma coisa.

Diviníssimo, vem da palavra Divino, somente Deus pode ser Divino.

Então, o correto no momento da Adoração ao Santíssimo Sacramento, que é o único Divino. Devemos responder "Graças e louvores sejam dadas a todo o momento ao SANTÍSSIMO E DIVINÍSSIMO SACRAMENTO".

Outra curiosidade: Porque é recitado três vezes?
Porque Deus é três vezes Santo, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Catecismo jovem


"Tenho medo desses muros que crescem, a cada dia, e favorecem os ressentimentos. Também o ódio. Pensemos no jovem Davi: poderia vingar-se, perfeitamente; poderia mandar o rei embora, mas escolheu o caminho do diálogo, com humildade e doçura. Hoje, podemos pedir a São Francisco de Sales, doutor da doçura, que dê a todos nós a graça de fazer pontes com os outros, nunca muros."

Papa Francisco

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"INVEJA, CIÚMES E FOFOCAS DESTROEM AS COMUNIDADES CRISTÃS"



"INVEJA, CIÚMES E FOFOCAS DESTROEM AS COMUNIDADES CRISTÃS". A HOMILIA DESTA MANHÃ NA CASA SANTA MARTA


"Que os cristãos fechem as portas ao ciúme, à inveja e às fofocas que destroem as nossas comunidades". Esta foi a exortação do Papa Francisco na homilia desta manhã na Missa celebrada na Casa Santa Marta.

A reflexão do Santo Padre partiu da primeira leitura do dia que fala da vitória dos israelitas sobre os filisteus, graças à coragem do jovem Davi. A alegria da vitória transforma-se logo em tristeza e ciúmes por parte do Rei Saul, diante das mulheres que louvavam Davi por ter matado Golias. "Aquela grande vitória - afirmou o Papa - torna-se a derrota no coração do Rei", onde se insinua, como aconteceu com Caim, o "verme do ciúme e da inveja". E como Caim com Abel, o Rei decide matar Davi.

"É isto que faz a inveja nos nossos corações - observou o Papa - é uma inquietação má, que não tolera que um irmão ou uma irmã tenha uma coisa que eu não tenho". Saul, "ao invés de louvar a Deus por esta vitória, como faziam as mulheres de Israel, prefere fechar-se em si mesmo, lamentar-se" e "cozinhar os seus sentimentos no caldo da amargura":

"O ciúme leva a matar. A inveja leva a matar. Foi justamente por esta porta, a porta da inveja, que o diabo entrou no mundo. A Bíblia diz: "Por inveja do diabo o mal entrou no mundo". O ciúme e a inveja abrem as portas a todas coisas más. Também divide a comunidade. Uma comunidade cristã, quando sofre - alguns dos seus membros - de inveja, de ciúme, fica dividida, uns contra os outros. É um veneno forte este. É um veneno que encontramos na primeira página da Bíblia com Caim".

No coração de uma pessoa ferida pela inveja e pelo ciúmes - sublinha ainda o Papa - acontecem "duas coisas muito claras". A primeira é a amargura:

"A pessoa invejosa, a pessoa ciumenta é uma pessoa amarga: não sabe cantar, não sabe louvar, não sabe o que seja a alegria, sempre olha" o que aquele tem que eu não tenho". E isto leva à amargura, uma amargura que se espalha por toda a comunidade. São estes, os semeadores de amargura. E o segundo comportamento que a inveja e o ciúme provoca, são as fofocas. E por não tolerar que este ou aquele tenha tal coisa, a solução é rebaixar o outro para que eu seja um pouco mais alto. E o instrumento disto é a fofoca. Observe e verás que por trás de uma fofoca tem o ciúme e a inveja. E as fofocas dividem a comunidade, destroem a comunidade. São as armas do diabo".

"Quantas belas comunidades cristãs - exclamou o Papa - caminhavam bem, mas depois, num de seus membros entrou o verme do ciúme e da inveja e, com isto, a tristeza, o ressentimento nos corações e as fofocas". "Uma pessoa que está sob o influxo da inveja e do ciúme - ressaltou Francisco - mata", como diz o Apóstolo João: "Quem odeia o seu irmão é um homicida". E "o invejoso, o ciumento, começa a odiar o seu irmão". Então conclui:

"Hoje, nesta Missa, rezemos pelas nossas comunidades cristãs, para que esta semente da inveja não seja semeada entre nós, para que a inveja não encontre lugar no nosso coração, no coração das nossas comunidades e assim possamos seguir em frente com o louvor ao Senhor, louvando o Senhor, com alegria. É uma grande graça, a graça de não cair na tristeza, no ressentimento, no ciúmes e na inveja".

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Excelente entrevista

Casais em crise



Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de São Salvador (BA) e Primaz do Brasil


“Acabou!” Com essa breve observação, muitas pessoas descrevem o final de seu casamento. Por trás desse verbo há crises, sofrimentos, desabafos e, não poucas vezes, brigas infindas. Em que lugar foram enterrados os sorrisos do dia do casamento e as promessas de fidelidade “até que a morte nos separe”? Em que fase da vida se desvaneceu a certeza de que “ninguém será mais feliz do que nós dois”? Como entender a amargura que tomou conta de um relacionamento que parecia tão feliz?...


Nenhum casamento termina “de repente”. Especialistas matrimoniais constatam que, normalmente, o caminho da desintegração tem quatro etapas, profundamente interligadas – isto é, cada etapa prepara e praticamente condiciona a seguinte.


Na primeira, começam a surgir comentários negativos, um a respeito do outro. Mais do que se queixar do esposo ou da esposa (a queixa refere-se a um comportamento específico), multiplicam-se críticas que são sempre abertas, indeterminadas, gerais: “Você é um chato!”; “Você está cada vez mais insuportável!”. Há aqueles (ou aquelas) que sofrem calados: não aceitam o comportamento do companheiro, mas não verbalizam isso. O problema é que vão acumulando raiva em seu coração. Quando resolvem falar, não medem as palavras. As agressões – verbais ou de fato – parecem ser de inimigos mortais. Agora, o importante é humilhar o outro, para ficar claro que não há mesmo possibilidade alguma de reconciliação.


Para não se chegar a esse ponto, é preciso cultivar o diálogo. Mais do que escutar o outro, é importante ter a capacidade de se colocar no lugar dele, para ver o problema “do outro lado”. Um casal me confidenciou que, ao se casarem, tomaram uma decisão que marcou suas vidas: prometeram um ao outro que jamais dormiriam sem, antes, solucionar os problemas que pudessem ter surgido entre eles durante o dia. “Solucionar”, no caso, significava cultivar o perdão como atitude habitual. O perdão será menos difícil se cada um, em vez de atacar o outro de forma generalizada, chamar a atenção para erros concretos e para comportamentos que precisam ser corrigidos.


Na segunda etapa, cresce o desprezo pelo outro. Desprezar é uma forma de ignorar, de insultar, de ferir. O desprezo vem sempre acompanhado da implicância, dos insultos, da ridicularização. O objetivo a alcançar é a destruição do outro. O importante é sair vencedor.


Só se supera essa etapa quando ao menos um dos dois aceita não ver o outro como um inimigo, e passa a acreditar que não precisa provar que é o mais forte. “Quando estou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10), diria o apóstolo Paulo.


Na terceira etapa, quem foi vítima de desprezo começa a se defender. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.


Consegue-se cortar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção nele, demonstrando que ele é importante.


Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas, nessa hora, não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está escutando o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes – pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.


Por fim, o que poderia ter sido escrito no começo: nos meus mais de quarenta anos a serviço da Igreja, atendendo a inúmeros casais, nunca encontrei um casal que rezasse diariamente, que colocasse Deus no centro de suas vidas e que tenha passado por crises matrimoniais insuperáveis. Para dizer isso de forma positiva, lembro a resposta que uma jovem me deu, quando lhe perguntei como estava a sua vida, já que havia se casado dois anos antes: “Meu marido sabe que eu amo a Deus mais do que a ele. Eu sei que meu marido ama a Deus mais do que a mim. A partir daí, tudo fica mais fácil e tudo se resolve sem grandes dificuldades...”

Como foram escritos os primeiros livros da Bíblia?


Os textos da Bíblia começaram a ser escritos desde os tempos anteriores a Moisés (1200 a.C.). Escrever era uma arte rara e cara, pois se escrevia em tábuas de madeira, papiro, pergaminho (couro de carneiro). Moisés foi o primeiro codificador das leis e tradições orais e escritas de Israel. Essas tradições foram crescendo aos poucos por outros escritores no decorrer dos séculos, sem que houvesse uma catalogação rigorosa das mesmas. Assim foi se formando a literatura sagrada de Israel. Até o século XVIII d.C., admitia-se que Moisés tinha escrito o Pentateuco (Gen, Ex, Lev, Nm, Dt); mas, nos últimos séculos, os estudos mais apurados mostraram que não deve ter sido Moisés o autor de toda esta obra.

A teoria que a Igreja Católica aceita é a seguinte: O povo de Israel, desde que Deus chamou Abrão de Ur na Caldéia, foi formando a sua tradição histórica e jurídica. Moisés deve ter sido quem fez a primeira codificação das Leis de Israel, por ordem de Deus, no séc. XIII a.C.. Após Moisés, o bloco de tradições foi enriquecido com novas leis devido às mudanças históricas e sociais de Israel. A partir de Salomão (972 – 932), passou a existir na corte dos reis, tanto de Judá quanto da Samaria (reino cismático desde 930 a.C.) um grupo de escritores que zelavam pelas tradições de Israel, eram os escribas e sacerdotes. Do seu trabalho surgiram quatro coleções de narrativas históricas que deram origem ao Pentateuco:

1. Coleção ou código Javista (J), onde predomina o nome Javé. Tem estilo simbolista, dramático e vivo; mostra Deus muito perto do homem. Teve origem no reino de Judá com Salomão (972 – 932).

2. O código Eloista (E), predomina o nome Elohim (=Deus). Foi redigido entre 850 e 750 a.C., no reino cismático da Samaria. Não usa tanto o antropomorfismo (representa Deus à semelhança do homem) do código Javista. Quando houve a queda do reino da Samaria, em 722 para os Assírios, o código E foi levado para o reino de Judá, onde ouve a fusão com o código J, dando origem a um código JE.



3. O código (D) Deuteronômio (= repetição da Lei, em grego). Acredita-se que teve origem nos santuários do reino cismático da Samaria (Siquém, Betel, Dã,…) repetindo a lei que se obedecia antes da separação das tribos. Após a queda da Samaria (722) este código deve ter sido levado para o reino de Judá, e tudo indica que tenha ficado guardado no Templo até o reinado de Josias (640 – 609 a.C.), como se vê em 2Rs 22. O código D sofreu modificações e a sua redação final é do século V a.C., quando, então, na íntegra, foi anexado à Torá. No Deuteronômio se observa cinco “deuteronômios” (repetição da lei). A característica forte do Deuteronômio é o estilo forte que lembra as exortações e pregações dos sacerdotes ao povo.

4. O código Sacerdotal (P) – provavelmente os sacerdotes judeus durante o exílio da Babilônia (587 – 537a.C.) tenham redigido as tradições de Israel para animar o povo no exílio. Este código contém dados cronológicos e tabelas genealógicas, ligando o povo do exílio aos Patriarcas, para mostrar-lhes que fora o próprio Deus quem escolheu Israel para ser uma nação sacerdotal (Ex 19,5s). O código P enfatiza o Templo, a Arca, o Tabernáculo, o ritual, a Aliança. Tudo indica que no século V a.C., um sacerdote, talvez Esdras, tenha fundido os códigos JE e P, colocando como apêndice o código D, formando assim o Pentateuco ou a Torá, como a temos hoje. Se não fosse a Igreja Católica, não existiria a Bíblia como a temos hoje, com os 73 livros canônicos, isto é, inspirados pelo Espírito Santo.

Foi num longo processo de discernimento que a Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, foi “berçando” a Bíblia, e descobrindo os livros inspirados. Se você acredita no dogma da infalibilidade de Igreja, então pode acreditar na Bíblia como a Palavra de Deus. Mas se você não acredita, então a Bíblia perde a sua inerrância, isto é, ausência de erro.

Demorou alguns séculos para que a Igreja chegasse à forma final da Bíblia. Em vários Concílios, alguns regionais outros universais, a Igreja estudou o cânon da Bíblia; isto é, o seu índice.

Garante-nos o Catecismo da Igreja e o Concílio Vaticano II que: “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (DV 8; CIC,120).

Portanto, sem a Tradição da Igreja não teríamos a Bíblia. Santo Agostinho dizia: “Eu não acreditaria no Evangelho, se a isso não me levasse a autoridade da Igreja Católica” (CIC,119).

Prof. Felipe de Aquino

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014



Vi essa foto no Jornal Estadao. Achei sensacional. Belíssima foto de Antônio Lacerda/EFE

Papa Francisco: os escândalos de sacerdotes, vergonha para a Igreja


Os escândalos na Igreja acontecem porque não há uma relação viva com Deus e com sua Palavra. Assim, os sacerdotes corruptos, em vez de dar o pão da vida, dão um pasto envenenado ao santo Povo de Deus: foi o que afirmou o Papa Francisco em sua homilia da manhã de hoje, na missa na Casa Santa Marta.

Comentando a leitura do dia e o salmo responsorial, que narram uma dura derrota dos israelitas diante dos filisteus, o Papa afirmou que o povo de Deus naquela época tinha abandonado o Senhor. Dizia-se que a Palavra de Deus era “rara” naquele tempo. Para combater os filisteus, os israelitas usavam a arca da aliança, mas como uma coisa “mágica”, “uma coisa externa”. Por isso, são derrotados e a arca é tomada pelos inimigos:

“Este trecho da Escritura nos faz pensar como é a nossa relação com Deus, com a Palavra de Deus: é uma relação formal? É uma relação distante? A Palavra de Deus entra no nosso coração, o transforma, tem este poder ou não? Mas o coração está fechado para a Palavra! E nos leva a pensar nas muitas derrotas da Igreja, do povo de Deus, simplesmente porque não ouve o Senhor, não O busca, não se deixa buscar por Ele!”

Depois da tragédia, perguntamos ao Senhor o que aconteceu, pois Ele fez de nós o desprezo dos nossos vizinhos. O Papa pensa nos escândalos da Igreja:

“Mas nos envergonhamos? Tantos escândalos que eu não quero mencionar singularmente, mas que todos nós conhecemos... Sabemos onde estão! Escândalos, alguns que fizeram gastar tanto dinheiro: tudo bem! Deve-se fazer assim…. A vergonha da Igreja! Mas nos envergonhamos daqueles escândalos, daquelas derrotas de padres, de bispos, de leigos? A Palavra de Deus naqueles escândalos era rara; naqueles homens e naquelas mulheres a Palavra de Deus era rara! Não tinham um elo com Deus! Tinham uma posição na Igreja, um lugar de poder, inclusive de comodidade. Mas a Palavra de Deus, não! ‘Mas, eu carrego uma medalha’; ‘Eu carrego uma Cruz’… Sim, assim como eles carregavam a arca! Sem uma relação viva com Deus e com a Palavra de Deus! Vem-me à mente aquela Palavra de Jesus para quem comete escândalos … E aqui ocorreu escândalo: toda uma decadência do povo de Deus, até o enfraquecimento, a corrupção dos sacerdotes.”

O Papa Francisco concluiu sua homilia dirigindo o seu pensamento ao povo de Deus:

“Pobre gente! Pobre gente! Não damos de comer o pão da vida; não damos de comer – nesses casos – a verdade! E damos de comer até mesmo alimento envenenado, muitas vezes! ‘Acorda, porque dormes Senhor!’. Que esta seja a nossa oração! ‘Desperta! Não nos rejeites para sempre! Por que escondes a tua face? Por que esquecer a nossa miséria e opressão?’. Peçamos ao Senhor que jamais esqueçamos a Palavra de Deus, que está viva, que entre no nosso coração e não se esqueça mais o santo povo fiel de Deus, que nos pede alimento forte!”

Vaticano apresenta na ONU relatório sobre combate à pedofilia


Kelen Galvan, Jéssica Marçal e Rodrigo Luiz
Da Redação, com Rádio Vaticano


Monsenhor Silvano Maria Tomasi, Observador da Santa Sé na ONU

A Santa Sé, juntamente com a Rússia, Alemanha, Portugal, Congo e Iêmen, discutem, nesta quinta-feira, 16, o relatório sobre a aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança em seus territórios. O encontro acontece no Escritório das Nações Unidas, em Genebra, sede europeia da ONU.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, divulgou uma nota, na qual destaca o compromisso do Papa e do Vaticano para a proteção das crianças.

Padre Lombardi recorda que a Santa Sé foi um dos primeiros Estados a ratificar a convenção em 20 de abril de 1990. O Estado apresentou seu primeiro relatório em 2 de março de 1994; em 27 de setembro de 2011, apresentou um segundo relatório.

Com base neste e no anterior, e depois de ter recebido sugestões do grupo de ONGs que participa do procedimento alternativo de avaliação, o Comitê propôs à Santa Sé uma série de perguntas para obter mais informações. Os dados foram enviados para Genebra em 30 de novembro de 2013. A data estabelecida pelo Comitê para o encontro com a delegação da Santa Sé, para discutir o relatório e as respostas complementares, foi esta de hoje, ao longo da 65ª sessão do Comitê (13 a 31 de janeiro de 2014).

Casos de pedofilia

Padre Lombardi lembrou que não é raro que as perguntas propostas, sobretudo no que diz respeito à problemática dos abusos sexuais contra menores, pareçam supor que os bispos ou superiores religiosos agem como representantes ou delegados do Papa, o que é sem fundamento.

Assim, responde-se que as perguntas sobre casos particulares de abusos verificados em instituições católicas, em diversos países do mundo, não são pertinentes a respeito da Convenção por parte da Santa Sé, tratando-se de casos nos quais têm jurisdição, com base nas próprias leis, os países nos quais esses se verificaram.

O porta-voz do Vaticano reiterou que a Santa Sé está profundamente entristecida pela chaga dos abusos sexuais, que atingem milhões de crianças no mundo inteiro, e lamenta que, infelizmente, alguns membros do clero tenham estado envolvidos em abusos similares.

Ele acrescenta que também foram dadas ao Comitê amplas respostas sobre o empenho dedicado pelo Pontífice, pelas comissões da Cúria Romana (em particular a Congregação para a Doutrina da Fé e o Conselho para a Família) em estabelecer rigorosas e eficazes normas e diretivas para tratar, contrastar e prevenir os gravíssimos fenômenos de abuso sexual contra menores, não excluída a atualização da legislação do Estado da Cidade do Vaticano em matéria penal.

O representante da Santa Sé na ONU, monsenhor Silvano Maria Tomasi, disse, em entrevista à Rádio Vaticano, que a acusação de que a Santa Sé teria obstruído a atuação da justiça lhe parece "um pouco sem critério". Isso, porque impedir o curso da justiça, em qualquer país, em detrimento de sua legítima jurisdição, seria "uma interferência indevida e injusta" por parte de qualquer sujeito.

Dom Tomasi reforça que a Santa Sé apoia o direito e o dever de cada país de perseguir todo crime contra menores. "Portanto, não tolera a crítica pela qual se procura interferir ou impedir o curso da justiça. Ao contrário, quer – como Papa Francisco insiste – que haja transparência e que a justiça siga seu curso".

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Compromisso da Santa Sé

De acordo com padre Lombardi, fazer uma leitura total dos relatórios demonstra a atenção e o vasto compromisso dedicado pela Santa Sé para a promoção das atividades e da vida da Igreja Católica, para o bem das crianças.

"Não só com seu ensinamento e a convicta defesa da dignidade da pessoa humana desde o início de sua existência e das fases em que mais necessita de ajuda, mas também com inúmeras atividades de educação, de cuidado de saúde, de apoio às famílias e às crianças em sua singularidade", explicou.

Comitê da ONU

O Comitê para os Direitos da Criança é o órgão de controle e de monitoramento da Convenção, para atualização e promoção de seus princípios por parte dos Estados-membro. Com sede em Genebra, ao comitê são apresentados relatórios periódicos dos Estados que aderem à Convenção. Ele estuda os documentos, pode pedir mais informações complementares e discute os relatórios com os representantes.

Na nota publicada, padre Lombardi afirma que o Comitê não é um “tribunal” que tenha competência para “julgar” os Estados-membro, mas é um instrumento constituído por eles próprios com base na Convenção, para monitorar e controlar sua aplicação. 

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=290642

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Procura - se um deserto


Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil


É preciso que se estude, um dia, o papel do deserto na vida do ser humano - ou, ao menos, na vida de certas pessoas. Para uma legião de monges, ele se tornou um ideal, quase uma obsessão. Achavam impossível viver longe dele e, por isso, deixaram tudo e partiram para um mosteiro. Ali, na oração e no trabalho, não tinham em mente fugir do mundo, mas compreendê-lo melhor e colocá-lo em sua oração. Charles de Foucauld († 1916), nascido numa família aristocrática francesa, fez do deserto, no norte da África, o seu lar. Saint-Exupéry compreendeu melhor a terra dos homens depois que seu avião teve uma pane, vendo-se obrigado a passar dias e dias no deserto do Saara, completamente isolado de tudo.

A lembrança desse silêncio fê-lo um dia escrever: “Eu sempre amei o deserto. A gente se senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se escuta nada. E, no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia”. Claro que ninguém ama o deserto por ele mesmo, pois “o que torna belo o deserto é que ele esconde um poço nalgum lugar”. Quem nunca teve um avião, não sabe o que é sentir-se, de repente, num deserto, como Saint-Exupéry. Mas isso não nos impede de fazer a experiência do deserto – experiência tão importante e renovadora que foi escolhida pelo Senhor para preparar o coração de seu povo, antes da entrada na Terra Prometida: “Guiou o seu povo no deserto: pois eterno é seu amor” (Sl 136,16).

Cada pessoa tem condições de criar um deserto em torno de si mesma e, principalmente, em seu coração. Ali, na rica solidão de seu interior, saberá dar à sua vida, às pessoas que a cercam e a ela própria o devido valor. Aliás, nunca uma pessoa poderá compreender tais realidades se não se encerrar em si mesma.

O deserto é feito de silêncio. Não de um silêncio estéril, marcado apenas pela falta de barulho, mas de um silêncio que nasce dentro da própria pessoa: um silêncio feito de reflexão e paz. Um silêncio feito de amor.

É necessário, de quando em vez, fazermos uma parada na vida. Parada semelhante à daqueles que, andando pelo deserto, ficam algum tempo no oásis que encontram. Saem dali refeitos, enriquecidos e animados. Também nós sairemos enriquecidos dos momentos de deserto que criarmos. Depois disso, teremos melhores condições de enfrentar a vida de cada dia, com seus problemas, desafios e solicitações. Sairemos de nossos desertos convictos de que nesses tempos que periodicamente nos concedemos, longe de nos isolarmos num egoísmo estéril, estaremos criando melhores condições para estabelecer um encontro leal, profundo e sincero conosco mesmos, com os outros e com Deus.

Na vida de Cristo há vários momentos que testemunham o quanto ele amava o deserto: “Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, subiu à montanha, a sós, para orar. Anoiteceu, e Jesus continuava lá, sozinho” (Mt 14,22-23). Sua vida não era tranquila: as multidões o procuravam a toda a hora e em todos os lugares; pediam curas, exigiam sua presença e sua palavra. Ele atendia a todos, com uma paciência que a outros conquistava. À noite, cansado, deixava os apóstolos descansando e se retirava para longe. Suas noites de oração eram o seu “deserto”.

Numa época e num mundo marcados pela agitação (ou pela dispersão?), é urgente seguirmos o exemplo de nosso Mestre, procurando criar espaços de deserto. Justamente porque as atividades nos absorvem, porque todos solicitam nossa presença e nossas responsabilidades se multiplicam, justamente por isso precisamos de “desertos” em nossa vida. O “deserto” nos dará maior unidade, nos tornará mais amigos de nós mesmos, e fará com que cumpramos melhor nosso papel no plano que o Pai tem para nós. Tempos de deserto não são de fugas, mas, sim, são multiplicadores de nossas forças, tornando-nos mais eficazes.

Só quem já fez a experiência de deserto é capaz de valorizá-lo devidamente e de lhe dedicar um tempo que a eternidade recompensará.

Primeiro consistório de Francisco debaterá o tema da família...BOM!


Durante o anúncio dos novos cardeais, no domingo, 12, o papa Francisco disse que reunirá o Colégio Cardinalício para debater o tema da família. O consistório está marcado para o dia 22 de fevereiro, no Vaticano, data em que se celebra a Festa da Cátedra de São Pedro. Na cerimônia, os nomeados receberão o título, o capelo e o anel.

Entre os 19 cardeais nomeados, estão dom Lorenzo Baldisseri que por quase dez anos foi núncio apostólico no Brasil e o brasileiro, dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ).

Este será o primeiro consistório de Francisco com a presença dos novos cardeais. A última convocação para a criação de cardeais foi em novembro de 2012, pelo papa emérito Bento XVI. “Rezemos pelos novos cardeais a fim de que, revestidos da virtude e do sentimento do Senhor Jesus, o Bom Pastor, possam ajudar cada vez mais eficazmente o bispo de Roma no seu serviço à Igreja Universal", disse o papa Francisco aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro.


Evangelização da família

Nos dias anteriores ao Consistório, 20 e 21 de fevereiro, o papa com todos os cardeais irão refletir sobre a realidade da família. A iniciativa de Francisco antecede os trabalhos do Sínodo dos Bispos que será realizado de 5 a 19 de outubro, durante o qual serão abordados os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização. No ano passado, o papa enviou às paróquias de todo o mundo o “Documento Preparatório” do próximo sínodo com 35 questões sobre a família, esperando contar com as contribuições das comunidades.

No domingo, 23 de fevereiro, o papa presidirá a celebração da missa com os novos cardeais. Conheça os nomeados:

1 – Dom Pietro Parolin, secretário de Estado.

2 – Dom Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos.

3 - Dom Gerhard Ludwig Muller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

4 – Dom Beniamino Stella, prefeito da Congregação per o Clero.

5 – Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã Bretanha).

6 – Dom Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua).

7 – Dom Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo de Québec (Canadá).

8 – Dom Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjã (Costa do Marfim).

9 – Dom Orani João Tempesta, O.Cist., arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil).

10 – Dom Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perúgia-Città della Pieve (Itália).

11 – Dom Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina).

12 – Dom Andrew Yeom Soo jung, arcebispo de Seoul (Coreia).

13 – Dom Ricardo Ezzati Andrello, S.D.B., arcebispo de Santiago do Chile (Chile).

14 – Dom Philippe N. Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso).

15 – Dom Orlando B. Quevedo, O.M.I., arcebispo de Cotabato (Filipinas).

16 – Dom Chibly Langlois, bispo de Les Cayes (Haiti).



O Papa também criou cardeal 3 arcebispos eméritos:

1 – Dom Loris Francesco Capovilla, arcebispo emérito de Mesembria.

2 – Dom Fernando Sebastián Aguilar, C.M.F., arcebispo emérito de Pamplona.

3 – Dom Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries


Colégio cardinalício

De acordo com informações do Vaticano, o papa seguiu a regra dos 120 cardeais eleitores com menos de 80 anos, nomeando 16 novos eleitores. São arcebispos ou bispos residenciais de países diferentes. O Brasil possui importante representatividade no Colégio Cardinalício e passará a ter 10 cardeais. Atualmente, são quatro eleitores: dom Raymundo Damasceno Assis, dom João Braz de Aviz, dom Cláudio Hummes e dom Odilo Pedro Scherer. Cindo não-eleitores: dom Geraldo Majella Agnelo, dom Serafim Fernandes de Araújo, dom Paulo Evaristo Arns, dom José Freire Falcão e dom Eusébio Oscar Scheid
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domingo, 12 de janeiro de 2014

Homenagem a grande missionaria Drª Zilda Arns

No dia 12 de janeiro, recordamos 4 anos de falecimento da Drª. Zilda Arns Neumann. Testemunho de respeito e amor pelas crianças.

LINHA DO TEMPO
drzilda2


1983 • Fundação da Pastoral da Criança, juntamente com Dom Geraldo Majella Agnelo, em Florestópolis – Paraná.

1987 • Lançamento do Primeiro Guia do Líder da Pastoral da Criança.

1987 • Campanha do Soro Caseiro.

1987 • Lançamento do Jornal da Pastoral da Criança.

1990 • Lançamento do Programa de Rádio Viva a Vida.

1991 - 2009 • Dra. Zilda foi Conselheira no Conselho Nacional de Saúde.

1993 - 1995 • Coordenadora Materno-infantil do Ministério da Saúde.

1995 • A Pastoral da Criança se torna Organismo de Ação Social da CNBB.

2003 • Realização do Primeiro Congresso Nacional da Pastoral da Criança.

2004 • Fundação da Pastoral da Pessoa Idosa.

2007 • Segundo Congresso Nacional da Pastoral da Criança.

2008 • Fundação da Pastoral da Criança Internacional, com sede no Uruguai.

2010 • Falece na cidade de Porto Príncipe – Haiti.


** Dra. Zilda Arns Neumann recebeu o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros. Recebeu ainda 19 prêmios, nacionais e internacionais, e dezenas de homenagens pelo trabalho realizado na Pastoral da Criança. **


“Quando vejo, depois de anos de intenso trabalho, como a Pastoral da Criança se expandiu, como formou uma rede de solidariedade, como formou uma verdadeira família, acredito sempre mais no amor de Deus por nós, em sua sabedoria e graça ao conduzir tão bem a Pastoral da Criança!”

(Dra. Zilda Arns Neumann)

Missa em memória da Dra. Zilda Arns Neumann

Informamos que em diversas comunidades do Brasil serão rezadas missas em memória aos 4 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Batismo do Senhor!




Batismo do Senhor 
Eis meu Filho muito amado, escutai-o todos vós! 
O Servo de Javé é escolhido especialmente por Deus para uma missão que o próprio Deus deveria realizar na terra. O Servo de Javé e sua missão, descritos por Isaias, realiza-se plenamente em Jesus, o Filho amado de Deus, com início no dia de seu Batismo. Todos que são batizados assumem o mesmo compromisso e a mesma missão de Jesus, para que o projeto missionário e testemunhal da evangelização aconteça na terra.  



1ª leitura: Is 42,1-4.6-7 = Eis o meu servo; nele se compraz minh’alma.
Salmo Responsorial: Sl 28 = Que o Senhor te abençoe com a paz.
2ª leitura: At 10,34-38 = Foi ungido por Deus com o Espírito Santo.
Evangelho: Mt 3,13-17 = Este é o meu Filho muito amado.

Briguei com meu amigo! O que fazer?



Muitos processos de amizade sofrem rompimentos ao longo da vida. Muitos são os motivos que desencadeiam esses rompimentos; desde uma simples palavra mal interpretada até uma complexa traição de confiança.

Quando a amizade é abalada, acontece o rompimento e surge a mágoa, a revolta, o desejo de vingança e outras inúmeras atitudes que brotam dessa situação conflituosa. Muitos, após um período de distanciamento, conseguem recuperar a mesma amizade de antes; alguns a recuperam parcialmente; outros, no entanto, jamais conseguem recuperá-la.

Saber respeitar as decisões de quem feriu ou foi ferido

Diante do rompimento da amizade, fica o desejo de que tudo seja como era antes. Em muitos casos, é preciso ter consciência de que não mais será como antes. Onde há rompimento existem feridas que precisam de longas estações para serem cicatrizadas.

Há casos em que ambos os amigos se perdoam e retomam a amizade com o mesmo afeto de antes. Em outros casos, quando um dos lados não concede o perdão, surge a grande questão: o que fazer quando o outro não me perdoa? Nesse caso, não há muito o que fazer. É preciso saber respeitar o tempo dele.

Forçar uma aproximação pode ser tão prejudicial quanto o rompimento da amizade. Feridas abertas levam tempo para cicatrizar. Não adianta tentar buscar uma solução quando as poeiras da raiva e do ressentimento ainda estão altas. Nem todos conseguem fazer a digestão emocional das mágoas de maneira igual. Alguns precisam de muito tempo para perdoar, outros conseguem fazê-lo de maneira rápida. Cada caso é um caso, e cada ferida é uma ferida. Cada pessoa vivencia a sua vida em um determinado tempo.

Nem sempre é fácil respeitar a decisão de alguém que ainda não conseguiu perdoar. Muitas vezes, tenta-se forçar o perdão; como consequência, existe um aumento das feridas. Para que um vínculo de amizade seja restabelecido, é necessário que ambos os lados desejem restabelecer tal laço. Não existe amizade que volte a ser como antes apenas quando há o desejo de apenas um dos lados.

Da parte de quem concedeu o perdão deve haver o respeito por quem ainda não conseguiu digerir toda uma situação de rompimento. Deve haver também a consciência de que não existe amizade restabelecida à base de pressão psicológica ou espiritual. Amizade é fruto de um processo; e quando esse processo é rompido, faz-se necessário uma reconciliação com o tempo do outro. Saber respeitar as decisões de quem feriu ou foi ferido é também um gesto de amizade, mesmo que não seja compreendido logo de imediato.



Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
www.facebook.com/oficialpadreflavio
www.padreflaviosobreiro.com

Amém!


Por que o católico não pode ser espírita?





Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos pensamentos e dogmas não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma, nem outra.

O católico não pode ser espírita porque:

1. O católico admite a possibilidade do Mistério e aceita Verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus.

2. O espírita proclama que não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso e deve ser rejeitado.

3. O católico instruído crê que Deus pode e faz milagres.

4. O espírita rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer as leis da natureza.

5. O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão de fé e moral.

6. O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi inspirada por Deus.

7. O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente a sua doutrina.

8. O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo quanto transmitiram está errado ou foi falsificado.

9. O católico crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade.

10. O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra. O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.

11. O católico crê que Jesus ensinou toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado. O espírita proclama que o Espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.

12. O católico crê no mistério da Santíssima Trindade.

13. O espírita nega esse augusto mistério.

14. O católico crê que Deus é o Criador de tudo, Ser pessoal, distinto do mundo. O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).

15. O católico crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.

16. O católico que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma. O espírita afirma que é composto entre perispírito e alma e que o corpo é apena um invólucro temporário, um “alambique para purificar o espírito”.

17. O católico obedece a Deus que, sob severas penas, proibiu a evocação dos mortos. O espírita faz desta evocação uma nova religião.


18. O católico crê na existência de anjos e demônios.

19. O espírita afirma que não há anjos, mas espíritos evoluídos e que eram homens; que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.

20. O católico crê que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

21. O espírita nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande médium e nada mais.

22. O católico crê também que Jesus é verdadeiro homem, com corpo real e alma humana. Grande parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.

23. O católico crê que Maria é a Mãe de Deus, Imaculada e assumta ao céu. O espírita nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria.

24. O católico crê que Jesus veio para nos salvar, por sua Paixão e Morte. O espírita afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro; e que cada pessoa precisa remir-se a si mesma.

25. O católico crê que Deus pode perdoar o pecador arrependido. O espírita afirma que Deus não pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.

26. O católico crê nos Sete Sacramentos e na graça própria de cada Sacramento. O espírita não aceita nenhum Sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.

27. O católico crê que o homem vive uma só vez sobre a Terra e que desta única existência depende a vida eterna.

28. O espírita afirma que a gente nasce, vive, morre e renasce, e progride continuamente (reencarnação).

29. O católico crê que após esta vida exista o céu e o inferno.

30. O espírita nega, pois crê em novas reencarnações.

Por Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M. Bispo da Diocese de Novo Hamburgo (RS)

A decepção nos faz pessimistas

A decepção cega e nos faz pessimistas. Ela é inevitável, não depende de nós. 
Decepcionamos com pessoas e instituições ligadas a religiões. Alguns acabam se decepcionando com a Igreja e, conseqüentemente, com o Senhor. Isso é terrível, porque daí vem o esfriamento e o afastamento. Precisamos superar esse sentimento, renunciando-o. É preciso que não guardemos esse sentimento no coração. 
Meus irmãos, qual o jeito de sairmos da nossa cegueira espiritual, do pessimismo? É nos voltarmos para Jesus. Não tenha medo, renuncie às suas decepções; peça oração, peça que rezem com você pela cura do seu coração, dos seus sentimentos.
Renuncie e salve a sua alma. 

Seu irmão,

Padre Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


O Dia de Reis, segundo a tradição cristã, seria aquele em que Jesus Cristo recém-nascido recebera a visita de "alguns magos do Oriente" que, segundo o hagiológio, foram três Reis Magos, e que ocorrera no dia 6 de janeiro. A noite do dia 5 de janeiro e madrugada do dia 6 é conhecida como "Noite de Reis".

A data marca, para os católicos, o dia para aveneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Belchior,Gaspar e Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se para os católicos os festejos natalícios - sendo o dia em que são desarmados os presépios e por conseguinte são retirados todos os enfeites natalícios.

Um novo serviço...


Dai-nos Senhor...


Atenção!


domingo, 5 de janeiro de 2014

Ano A = Mateus


O Ano Litúrgico é o “Calendário religioso”. Contém as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não coincide com o ano civil, que começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. O Ano Litúrgico começa e termina quatro semanas antes do Natal. Tem como base as fases da lua. Compõe-se de dois grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. São como dois pólos em torno dos quais gira todo o Ano Litúrgico.

O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa tem também um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas, chamado Tempo Comum. O Ano Litúrgico começa com o Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A seqüência dos diversos “tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:

CICLO DO NATAL
ADVENTO

(Advento: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.)

Início: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade: Esperança e purificação da vida
Ensinamento: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa

NATAL

(Natal: 25 de dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.)

Início: 25 de dezembro 
Término: Na festa do Batismo de Jesus 
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento. 
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem 
Cor: Branca 

TEMPO COMUM
1ª PARTE

(1ª parte: Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.)

Início: 2ª feira após o Batismo de Jesus 
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas 
Espiritualidade: Esperança e escuta da Palavra 
Ensinamento: Anúncio do Reino de Deus 
Cor: Verde 

2ª PARTE

(2ª parte: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.) 

Início: Segunda-feira após o Pentecostes 
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento 
Espiritualidade: Vivência do Reino de Deus 
Ensinamento: Os Cristãos são o sinais do Reino 
Cor: Verde 

CICLO DA PÁSCOA 
QUARESMA 

Quaresma: Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa. 

Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.

Início: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Quarta-feira da Semana Santa
Espiritualidade: Penitência e conversão
Ensinamento: A misericórdia de Deus
Cor: Roxa

PÁSCOA

Páscoa: Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira celebra-se a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra.

No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes. (Pentecostes: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.) 

Início: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes
Espiritualidade: Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento: Ressurreição e vida eterna
Cor: Branca

Importante:
Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.

"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB - Documento 43, 132).

Entre erros,acertos e + de 1 século de espera.


O padre Cícero Romão Batista, o maior líder religioso e político do interior do Ceará, nos anos 30, já foi reabilitado, na prática, pela Igreja Católica Romana, depois de ter sido silenciado e excomungado há mais de 100 anos. Os processos de reabilitação e, depois, de oficialização como beato e santo, estão sob exame do próprio papa Francisco. Ele decidirá se o Padim Ciço do Juazeiro será beatificado e canonizado numa de suas duas visitas ao Brasil, previstas para 2017 e 2018.

Seu nome já integra, como referência para a comunidade católica, o programa oficial do 13º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), que será realizado de 7 a 14 de janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte, a cidade do padre Cícero, a 500 km de Fortaleza, sobre o tema “Justiça e Profecia a serviço da Vida”.

As Cebs foram duramente afetadas pela política neoconservadora dos papas João Paulo II e Bento XVI, mas nunca deixaram de se reunir, inspiradas na Teologia da Libertação e nos documentos aprovados pelo Concílio Vaticano. Vários líderes assassinados por participarem das lutas populares urbanas e rurais – como é o caso de Chico Mendes, padre Josimo Moraes Tavares, Santo Dias da Silva, Margarida Maria Alves, Marçal Tupã-Ý e irmã Dorothy Stang – participaram do trabalho das comunidades de base.

Nove encontros preparatórios e círculos bíblicos já começam a ser realizados em todo o Nordeste, preparando o intereclesial de janeiro. O encontro terá também a participação de representantes de outras igrejas cristãs que apoiam o diálogo ecumênico (Luterana, Presbiteriana, Anglicana, Católica Brasileira, Ortodoxa, entre outras).

Semiárido
Um dos temas a serem debatidos em Juazeiro será o papel dos beatos e sua atuação na realidade do sertão semiárido nordestino. “Essa região – diz o texto-base das CEBS – é marcada pela violência no campo, pela luta pela terra e pela concentração da pobreza e da miséria, mas o semiárido não é apenas clima, vegetação, solo, sol ou água. É povo, música, festa, arte, religião e política. É um processo social”. Para as Cebs, a realidade nordestina exige uma verdadeira revolução cultural, que passa pela dimensão religiosa do povo do sertão.

O recurso à história é incluído no texto-base das Cebs como algo fundamental nesse resgate do catolicismo popular. Os “desvalidos dos currais do coronelismo sertanejo” partiram, em massa, no final do século XIX e começo do século XX, para o sertão do Cariri. Esses homens e mulheres empobrecidos já haviam ouvido falar do Padim Ciço, um missionário que anunciava a terra prometida. Sabiam do “milagre da hóstia” que tinha se transformado em sangue quando dada à beata Maria Madalena do Espírito Santo de Araújo. Nesse período histórico aconteceram várias rebeliões de camponeses pobres em Canudos (1896-1897), Contestado (1912-1916) e Caldeirão (1926-1937).

A religiosidade popular desses sertanejos chocou-se com a ortodoxia do catolicismo dominante. O padre Cícero foi destituído de suas funções e expulso da Igreja. Chegou a viajar ao Vaticano para tentar o perdão do Papa, sem sucesso. Tornou-se o líder político de sua região. Cumpriu até mesmo missões políticas a serviço do governo federal: ofereceu, por exemplo, ao líder do cangaço, Lampião, uma patente de capitão, se envolvesse os cangaceiros na resistência armada à Coluna Prestes.

Preceitos ecológicos
O Padim Ciço tornou-se um líder popular e, já naquela época, tornou-se defensor do meio ambiente. No encontro das Cebs, serão distribuídos folhetos com os 10 conselhos ecológicos elaborados por Cícero: 1. Não derrube o mato, nem mesmo um pé de pau; 2. Não toque fogo no roçado em na catinga; 3. Não cace mais e deixe os bichos viverem; 4. Não crie o boi nem o bode soltos faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer; 5. Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e para que não se perca a sua riqueza; 6. Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva; 7. Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta; 8. Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá, ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; 9. Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca; 10. Se o sertanejo obedecer a esses preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá o que comer. Mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai vira um deserto só.

Mudanças da Igreja...


IGREJA CATÓLICA PREPARA MUDANÇAS PARA 2014

Neste final de ano, com a Igreja Católica e o mundo sacudidos por este furacão promovido pelo Papa Francisco, é natural nos perguntarmos sobre o que vem por aí. E o papa já deu indicações precisas em seu documento que saiu no final de novembro, a Evangelii Gaudium (Alegria do evangelho).
O amor em primeiro lugar

A coisa mais importante para Francisco é o amor gratuito de Deus por nós. E a pessoa que se sabe muito amada é levada naturalmente a amar muito. Quem sabe que foi amado de forma gratuita, sem ter necessidade de dar nada em troca (e quantos de nós não dariam a vida para viver um amor assim!) não apenas ama muito, mas ama a todos. Se vocês querem ser alegres, felizes – diz o papa – se abram ao amor gratuito e imenso de Deus – e, se fizerem isso, não apenas compreenderão que Deus existe e é bom, mas também se sentirão levados a amar a todos.
O papa está disposto a pôr todo o resto em questão para que cada um viva esta experiência de amor. Isto não implica abandonar as normas do catolicismo, mas sim colocá-las no devido lugar – isto é, a serviço do amor, e não acima dele. Todas estas questões que sempre atraem a curiosidade e ocupam espaço na mídia são secundárias diante do amor de Deus. Mas, como atraem e incomodam, vamos a elas.
O papa vai mudar radicalmente a estrutura do Vaticano?
Tudo leva a crer que serão feitas grandes mudanças na estrutura da Cúria Romana – que começarão já em 2014. O que já está claro é que haverá um aprimoramento e fortalecimento dos órgãos de gestão e controle financeiro do Vaticano e que as mudanças virão respaldadas pelas propostas do conselho de oito cardeais que Francisco instituiu para assessorá-lo nesta e em outras questões.
O problema não é que a cúpula da Igreja está imersa num mar de lama, corrupção e ineficiência – como pensamos ao ler certos artigos. Muita coisa boa e bem feita acontece no Vaticano, porém a estrutura está “inchada”, difícil de administrar e controlar, criando muitos órgãos pouco necessários ou ineficientes. Além disso, o papa tem deixado claro que espera uma Igreja que dê um exemplo maior de pobreza e humildade. Por isso o processo de reforma deverá reduzir a estrutura, tornando-a mais “pobre”, mais eficiente e mais próxima das pessoas.
E os escândalos de pedofilia e a condenação dos padres pedófilos? Esta questão, no nível de responsabilidade do papa e do Vaticano, já foi totalmente resolvida por Bento XVI. A Igreja indica “tolerância zero” para os religiosos pedófilos e considera que eles devem responder por seus crimes junto à Justiça de seus países, como qualquer cidadão. Eventuais problemas que ainda possam surgir referem-se agora à administração local destes casos, quando eles se tornam conhecidos.
O celibato dos padres e a ordenação das mulheres casadas
O celibato não é constitutivo do sacerdócio na Igreja Católica, ainda que a opção pelo celibato – isto é, não se casar para entregar-se mais a Deus – sempre tenha havido no cristianismo. A obrigação do celibato para todos os padres vem do século XII e aconteceu porque se percebeu que os padres celibatários desempenhavam melhor suas funções e praticavam de forma mais pura a imitação de Cristo.
Ainda hoje os documentos da Igreja têm mantido esta posição em relação ao sacerdócio e ao celibato. Isso não implica a impossibilidade de se vir a aceitar, no futuro, que haja padres casados, se esta opção for boa para a vida da Igreja, o que não quer dizer que celibato para os padres esteja obrigatoriamente acabando. 
As declarações das autoridades eclesiais – inclusive próximas ao papa Francisco – vão todas neste sentido. Além disso, é bom notar que a tendência mais provável seria a de aceitar a ordenação de homens casados (como acontece nas Igrejas Católicas Orientais) e não de liberar os padres da obrigação do celibato, cedendo a uma pressão de grupos que fazem “lobby” neste sentido.
A ordenação de mulheres foi claramente negada pelo papa Francisco em seu último documento. Neste sentido, o papa abriu uma porta de outro tipo, reconhecendo que é necessário se fazer uma reflexão sobre o papel da mulher na Igreja. Na prática, ao longo da história, muitas mulheres agiram com autoridade dentro da Igreja, influenciando papas e redefinindo os rumos da história. Trata-se de um papel próprio, que lhes cabe e que não se confunde com o sacerdócio, mas que deve ser estudado e reconhecido de forma adequada, segundo as reflexões de Francisco.
A Igreja – e o papa Francisco – considera o sacerdócio como um serviço ao qual se é chamado e não como um direito a ser reivindicado. Pensar o sacerdócio como direito poderia implicar em por o padre numa posição de superioridade frente aos demais católicos, deturpando a sua missão. Daí que as pressões para permitir que os padres se casem ou que as mulheres sejam ordenadas tende a ter, na Igreja, o efeito contrário ao esperado: quanto mais pressão, menor a chance de alguma coisa acontecer nesta linha.
Com relação aos casados em segunda união...
Um tema particularmente delicado é o da comunhão dos casados em segunda união. Atenção: os divorciados que não contraem um segundo matrimônio ou aqueles que tiveram seu casamento reconhecido como nulo pela Igreja podem comungar! Mas a Igreja considera que os divorciados que se casam novamente estão numa situação de pecado que não lhes permite tomar a comunhão.
Ora, vem argumentando o papa, mas Cristo veio para os pecadores e não para os perfeitos (que, aliás, não existem – todos somos pecadores). Então a Igreja existe também – ou principalmente – para os casados em segunda união, para os que não estão vivendo segundo as normas – mas que desejam encontrar o amor de Deus. E aí, pergunta o papa, o que estamos fazendo para acolher a estas pessoas? Afinal, Cristo disse que haveria mais alegria no Reino dos Céus por um pecador que se arrependa que por 99 justos que não necessitam de arrependimento.
Nesta polêmica da comunhão aos casados em segunda união, o Papa Francisco tem dados duas mensagens claras: (1) se você ESTÁ casado em segunda união, a Igreja também é para você, venha e ocupe seu lugar; (2) se você NÃO ESTÁ casado em segunda união, deve amar e ajudar aos casados em segunda união e não ter uma posição moralista que os afasta da Igreja.
... e aos homossexuais
Com relação aos homossexuais, o papa aplica um velho princípio cristão: a Igreja condena o pecado, mas ama o pecador. E não nos esqueçamos de que somos todos cheios de pecados – de forma que não se trata aqui de ficar procurando se justificar dizendo que o pecado do outro é maior que o nosso. Em seu documento “Evangelii Gaudium”, o grande pecado denunciado pelo papa é explorar o pobre, colocar o lucro acima da pessoa!
Francisco deixa claro que defenderá o direito da Igreja de dar um juízo sobre o que é mais adequado para a pessoa e que condena o que chama de “relativismo moral”. Mas também deixa claro que o mais importante é que cada um se sinta amado e acolhido por Deus, seja heterossexual ou homossexual. Assim, os homossexuais – e todos os que hoje se sentem afastados da Igreja – podem ter certeza que toda a comunidade católica está sendo chamada a acolhê-los e a estar próxima deles.
*Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP